João Pessoa, 22 de dezembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em tempos de profundo descrédito das instituições, de uma classe política alvo do asco da sociedade, espera-se que o Judiciário – pela formação e prerrogativa – esteja acima desse processo de degradação repudiada pela sociedade.
Na Paraíba, o Tribunal de Justiça parece não ter compreendido esse momento e nem mesmo sua responsabilidade institucional. A crise que abateu internamente o TJ, com efeitos externos, avariou e muito a imagem de um poder cujas posturas são pedagógicas e balizadoras.
A guerra interna por espaços, a quebra dos ritos normais e a divisão por alas levaram o Tribunal a descer ao nível das disputas de sindicatos ou câmaras municipais, marcadas por tapetões, revanches, liminares e toda sorte de estratégia jurídica.
A liminar da desembargadora Maria das Graças Morais de encontro a uma decisão do Supremo Tribunal Federal, encarada como uma manobra para travar a eleição remarcada pelo presidente Marcos Cavalcanti, melou ainda mais a Corte.
O impasse foi solucionado com a eleição de Joás de Brito, mas nada impede que outras reviravoltas aconteçam, já que o mérito da liminar do ministro Teori Zavascki ainda vai ao plenário do STF. Ou seja, o que está ruim ainda pode piorar mais.
E tudo por conta de um movimento do passado, urdido para operação de um longo projeto de poder e revezamento que não demorou para se mostrar maléfico a saúde e a credibilidade do Tribunal.
Eis a tarefa da nova Mesa Diretora: tentar juntar os estilhaços provocados pelo racha político e juntar os cacos da imagem do Poder que mostrou suas vísceras nesse processo. E o que é mais grave; rastejou nas práticas e se igualou ao que tanto a sociedade rejeita noutros poderes.
Prioridade…
Na sua primeira declaração como eleito, o desembargador Joás de Brito admitiu que ficou nítida a divisão da Corte.
…Máxima
Ele prometeu trabalhar pela reunificação do Colegiado. Quer criar um novo ambiente de convivência entre os pares.
Xeque-mate: o mérito de Marcos Vinicius
Ninguém mais tem dúvida da capacidade de articulação do experiente vereador Marcos Vinicius, depois das últimas mexidas nas pedras do tabuleiro. Com a chegada de Dinho, Thiago Lucena e Damásio Neto, da bancada governista, o tucano deu o tiro final na disputa interna com o atual presidente da Câmara, Durval Ferreira, pelo comando da Câmara de João Pessoa. Voltaremos ao tema.
BRASAS
*Labaredas – Bastou uma declaração na Paraíba e o senador Cássio Cunha Lima pautou o debate nacional na hipótese de queda de Temer.
*Teoria – Há no grupo de Cartaxo quem veja digitais de Cássio em eventual renúncia do deputado Manoel Júnior (PMDB) à vice em João Pessoa.
*Ombro a ombro – Os vereadores Marinaldo Cardoso e Nelson Gomes disputam internamente a segunda mesa da Câmara de Campina Grande.
*Nas ondas – André Gadelha (PMDB), prefeito de Sousa, animado com a fase experimental de sua emissora de rádio na cidade.
*Readaptação – O mercado de comunicação vai precisar conviver, em 2017, com reduções de verbas tanto da Secom-PB, quanto da Secom-JP.
FALA CANDINHA!
Piada
De Dona Candinha sobre a liminar de última hora que tentou barrar a eleição do TJ: “Foi sem Graça”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O presidente da Assembleia, Adriano Galdino, vai se submeter ao papel de renunciar ao cargo para melhorar o contracheque da aposentadoria de Tião Gomes?
PINGO QUENTE
“Não posso ver ninguém na flor da idade se aposentando”. Do governador Ricardo Coutinho (PSB) sobre a Reforma da Previdência.
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