No amanhecer deste 26 de dezembro, uma pausa para reflexão. Entre arbustos e o cinza da minha terra, ressequida pelos devastadores efeitos da longa estiagem, a imagem da vegetação falou alto ao meu coração. No meio a aridez, algumas plantas resistem bravamente. E outras conseguem se manter heroicamente verdes contrariando tudo ao redor.
Nessa alvorada dos 33 anos, quis Deus me conceder a feliz oportunidade de passar e comemorar no meu chão, entre os meus. Uma incrível chance de reviver as raízes, as emoções e as experiências que me moldaram para a existência.
Um reencontro para que nunca me esqueça de onde vim, de minha identidade, da essência da minha origem e dos laços que me prendem onde eu vá, por onde eu percorra, à minha maior referência e inspiração de vida e persistência.
Lição extensiva a todos os meus filhos que nasceram longe daqui e, nesta data, reunidos em família pela primeira vez na terra do pai, bebem da fonte inesgotável do nascedouro de tudo.
O dia é de celebração da vida, de agradecimento ao Pai, de homenagem a todos os que estiveram ou estão meu lado nessa travessia. À minha mãe, fortaleza chamada Marizete, a minha doce e afetuosa esposa, Marly, e aos amigos, colunas dessa construção perene.
Estar em Marizópolis me traz toda essa inspiração. De nunca esquecer de agradecer a Deus por tudo que sou e que tenho. Para lembrar de que nada sou e de que nada tenho. Tudo é Dele. Tudo é Graça de Deus.
Parodiando Luiz Gonzaga, o mais importante artista que esse Brasil já produziu, na linda canção Meu Araripe, de 1967:
Marizópolis
Meu relicário
Eu vim aqui
Rever meu pé de Serra
Beijar a minha terra
Festejar meu aniversário
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