João Pessoa, 31 de dezembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Se fosse fácil, o deputado Manoel Júnior não teria esticado o prazo e nem hesitado tanto. Entre permanecer em Brasília ou assumir a vice em João Pessoa, um grande dilema, só a razão poderia guiar o parlamentar. E a razão aconselhou Manoel a fazer o certo.
Ficar em Brasília tinha algumas significativas vantagens. A manutenção do salário maior, a possibilidade de segurar a base de prefeitos e o foro privilegiado. O último atributo, porém, traz em si seu efeito colateral. Só há receio de perder o foro da parte de quem tem o que temer. Seria, portanto, um atestado público de fragilidade.
Ao topar a vice, Manoel diminuiu o tamanho do seu contracheque, mas honrou com seu público compromisso com as ruas e se livrou do desgaste de um estelionato eleitoral contra 60% dos eleitores da mais importante cidade paraibana.
Também deu um gesto de reciprocidade ao senador José Maranhão que jogou a aliança com o PSB pelos ares para prestigiar Junior, sob a perspectiva de ter maiores espaços na gestão em João Pessoa e, quem sabe, ganhar de brinde a Prefeitura por quase três anos.
Na opção que fez, o deputado abriu para si um caminho. Agora, ele tem condições de costurar o apoio do PMDB para uma iminente candidatura do prefeito Luciano Cartaxo ao Governo, que lhe beneficiará com a desincompatibilização e, em caso de êxito desse projeto, projeções de reeleição e expressivo aumento de tamanho político.
Se não tivesse assumido, Manoel – ao contrário do que muitos pensavam – não fechava as portas de Luciano para o Palácio da Redenção. Pelo contrário, forçava a abertura de janelas do prefeito com o governador Ricardo Coutinho. Ele tirou esse doce da boca dos socialistas, que trabalham desde já numa missão óbvia: desfazer a aliança PMDB, PSDB e PSD.
Junior trocou o papel de mero espectador para ter a chance de virar ator protagonista na novela de 2018. Ganhou muito mais do que perdeu. Terá tempo para em 2017 desequilibrar ainda mais a balança ao seu favor. Pode até ter perdido o foro, mas ganhou um espaço privilegiado.
Roda gigante
O Governo Ricardo Coutinho (PSB) começou o ano abrindo uma Câmara de Conciliação para Renegociação de Contratos e Dívidas, uma espécie de moratória, e terminou 2016 sendo publicamente cobrado pela Associação de Emissoras de Rádios da Paraíba por débitos acumulados. Nada bom para quem já teve marca de bom pagador e tentou recentemente emplacar a fama de caloteiro nos adversários.
BRASAS
*Dilema – Entre um novo desafio no Sistema Arapuan, Fabiano Gomes permaneceu no Correio, onde ocupa posto destacado.
*Virada – Novo deputado federal, André Amaral (PMDB) foi para Maceió (AL) comemorar o presente de fim de ano, um mandato de graça.
*Opção pessoal – Coriolano Coutinho, irmão do governador, declinou do convite de Secretaria no Conde. Preferiu cuidar dos negócios em Bananeiras.
*Limpeza – Luciano Cartaxo e Emerson Panta acertaram cooperação emergencial para a Emlur socorrer Santa Rita e retirar o amontoado de lixo na cidade.
*Desafio – José Carlos Evangelista, prestes a ser oficialmente anunciado secretário de Saúde da Capital, está consciente da missão que enfrentará.
FALA CANDINHA!
Reza
Para Dona Candinha, Manoel Junior já fez suas preces de fim de ano: “Ter melhor sorte que Nonato na vice”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Quem vai liderar a bancada de Luciano diante de uma oposição de 11 sedentos vereadores??
PINGO QUENTE
“Sair de nós e incluir o outro”. Do cantor, músico e compositor Chico César, pregando a mudança do batismo de prédios públicos de nomes de pessoas por coisas da fauna e da flora.
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