João Pessoa, 01 de janeiro de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A vida é feita de ciclos. A política também. Na Paraíba, já assistimos muitos e haveremos de testemunhar outros tantos mais. Como o seus antecessores, o do atual governador Ricardo Coutinho fechará em 2018. É natural. E é bom que assim seja.
Na próxima eleição estadual, os senadores José Maranhão e Cássio Cunha Lima haverão de ser lembrados. Donos de considerável recall e ex-governadores, os veteranos estão vivos na cabeça do eleitorado. Mas, friamente falando, se tiverem juízo agirão com o bom senso de quem sabe que o ponteiro do relógio roda para frente.
No Jardim Girassol, essa oxigenação virá por gravidade. Sem Ricardo no páreo, o nome dependerá do que ele decidirá para si. Se disputar o Senado, abrirá caminho para Lígia Feliciano,que poderá disputar o Governo pela primeira vez. Se ficar na Granja Santana, Coutinho precisará trabalhar um nome representante da novidade.
Pelo terreno da oposição, os ventos do novo ciclo sopram na direção dos prefeitos Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues. Reeleitos no primeiro turno com votações consagradoras, encarnam esse papel do “novo”, tão sedutor ao coração e mente do eleitor.
2017 servirá de plataforma e preparação para os dois. É o desempenho de cada um nas vossas respectivas gestões que pode levá-los a se afirmar como alternativa real e sólida para o crivo futuro das urnas.
Cartaxo tem a vantagem de governar a vitrine da Capital e o maior colégio eleitoral do Estado. Romero de praticamente ter aniquilado a oposição numa vitória que ficou com seu DNA e lhe deu protagonismo e autonomia na segunda cidade mais importante da Paraíba.
O primeiro tem obras emblemáticas para mostrar e portfólio de investimentos em habitação e educação. O segundo deu um grande salto de infraestrutura e planejamento construindo uma nova cidade planejada para abrigar um complexo industrial e tecnológico.
Este ano que se inicia será decisivo para o que 2018 há de reservar para ambos. Tanto Luciano quanto Romero, representantes desse novo momento político paraibano, poderão sair de 2017 cacifados para um deles disputar o Palácio da Redenção. Ou os dois, quem sabe.
Pra tirar o chapéu
A paciência em público e a agressividade política nos bastidores explicam o triunfo do vereador Marcos Vinicius (PSDB), artífice de delicada costura da chapa casada que venceu, sem disputa, a eleição da Câmara de João Pessoa. Ganhou a guerra contra inimigos conhecidos e ocultos sem disparar um tiro.
BRASAS
*Loucura, loucura! – Na posse em João Pessoa, era possível ouvir vez em quando um grito de exaltação ao vice Manoel Júnior (PMDB). Era “Maria Doida”.
*Reaparição – Sumida há tempos, a secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, foi vista na posse de Fábio Tyrone (PSB), em Sousa.
*Contrariedade – Ninguém sabe ao certo porque o vereador João Almeida (SD) saiu chateado da sessão de posse da Câmara de João Pessoa.
*Faca nos dentes – Helton Renê (PP), novo líder do governo na Câmara da Capital, diz não temer o desafio de enfrentar uma oposição com onze integrantes.
*Stand-by – O próprio vereador Durval Ferreira (PP) ainda não sabe para qual pasta vai. Está no aguardo.
*Mudando de posição – Diego Tavares (SD), polivalente na gestão de Cartaxo, deve ser anunciado hoje na nova lista de secretários. Ele deixou a pasta de Brasília.
*Vazio institucional – Nenhum representante do Governo apareceu na solenidade de posse em João Pessoa.
FALA CANDINHA!
Ideologia: eu quero uma pra viver
Ao assistir a abstenção do vereador Tibério Limeira (PSB), que não votou no tucano Marcos Vinicius sob a justificativa de não querer fortalecer “o projeto do PSDB”, dona Candinha não se conteve: “Até parece que nunca fez aliança e nem votou em Cássio na vida”.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Foi o PSDB que pediu pouco ou Luciano que achou muito?
PINGO QUENTE
“Campina Grande é a cidade mais forte do mundo porque consegue sobreviver sem água e sem o Governo”. Do espirituoso vice-prefeito Enivaldo Ribeiro (PP-foto), roubando a cena e arrancando aplausos e risos na sua posse.
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