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Tensão. Este foi o termo utilizado pelo secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, o paraibano Wallber Virgolino, para descrever o clima nesta segunda-feira (16) nos presídios do Estado. Duas equipes do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) estão em alerta caso sejam acionadas para auxiliar o Governo do estado vizinho na identificação de possíveis vítimas das rebeliões.
Em entrevista ao Portal MaisPB, Wallber garantiu que os problemas que estão ocorrendo nas unidades prisionais já começaram a ser solucionados.
“O Sistema Penitenciário sempre vive de tensão, então sempre requer cuidados. Nós estamos fazendo uma operação neste exato momento – [8h20 (horário de João Pessoa)] – em Alcaçuz e outra na Cadeia Pública de Natal, para demonstrar ao apenado que o Estado não vai se intimidar e vai avançar. Nós já começamos a resolver isso desde ontem”, explicou ao Portal MaisPB.
O secretário acredita que as rebeliões e mortes que aconteceram em presídios da região Norte contribuíram para os tumultos no Rio Grande do Norte.
“Não tem nenhuma ligação direta, mas tem uma ligação indireta. A ação de lá acabou estimulando a daqui”, arrematou.
Apoio da Paraíba
Duas equipes do Instituto de Polícia Científica da Paraíba estão de prontidão para dar apoio à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte. Em contato com o Portal MaisPB, o diretor do IPC/PB, Israel Neto, afirmou que as equipes permanecem em alerta nesta segunda-feira.
“Nós ficamos a disposição. Eles pediram o apoio, pois a expectativa é de que tivesse sido uma quantidade de mortes bem maior, em torno de 100. Então preparamos a equipe e eles ficaram de nos confirmar no domingo. Confirmada a quantidade de mortos, eles agradeceram e disseram que com este número eles conseguiriam resolver. Dessa forma, nós não mandamos peritos, mas ficamos com duas equipes disponíveis para eles e ainda estamos com essas equipes, caso seja necessário”, disse.
Segundo Israel, os peritos da Paraíba também irão ajudar na identificação dos corpos dos apenados.
“Muitas vezes nós usamos o documento adequado que é o RG. Fazemos a coleta e comparamos com nossos arquivos, sendo confirmando a pessoa, liberamos o corpo. Essa parte de identificação civil, a gente já colocou a disposição nosso acerco para ajudar os familiares das vítimas para que possam fazer o reconhecimento”, concluiu.
Crise no Sistema Penitenciário brasileiro
Desde o início deste ano, o Governo Federal e os governos do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, tiveram problemas para enfrentar a crise penitenciária, que já deixou mais de 100 apenados mortos.
A primeira ocorrência foi registrada em Manaus, capital de Amazonas. No dia 1º de janeiro os presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim e de outras unidades iniciaram uma rebelião que acabou se estendo por toda a semana e resultou nas mortes de mais de 60 presos.
No dia 4 de janeiro, um tumulto na Penitenciária Padrão Romero Nóbrega, em Patos-PB, deixou dois presidiários mortos e outros feridos.
Dois dias após do registro no interior da Paraíba, a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima registrou a morte de mais de 30 apenados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, que é a maior do estado.
A última ocorrência de casos de rebelião no país acontece desde sábado no Rio Grande do Norte. Ainda não há um número exato de mortes. Inicialmente o governo do Estado trabalhava com a hipótese de mais de 100 assassinatos, mas o número foi reduzido para 26.
Wallison Bezerra – MaisPB
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