João Pessoa, 18 de janeiro de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Paraíba não deve receber homens das Forças Armadas que foram disponibilizados pelo Governo Federal para ajudar no combate à crise no Sistema Penitenciário do País.
Com uma população carcerária que chega a 11.393 presos e um efetivo de agentes penitenciários que não ultrapassa 1.800 profissionais, a situação nos presídios da Paraíba é considerada tensa pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Manoel Leite de Araújo. Segundo ele, a qualquer momento uma rebelião pode ocorrer nas unidades penais do Estado.
Em contato com o Portal MaisPB, na manhã desta quarta-feira (18), o secretário de Administração
Penitenciária da Paraíba, Wagner Dorta, disse que ainda não conversou com o governador Ricardo Coutinho (PSB) para tratar sobre o assunto, mas acredita que devido ao efetivo de agentes penitenciários do Estado, não será necessária a solicitação.
“Eu não tive ainda a oportunidade de tratar desse assunto com o governador, mas na minha opinião, não vejo a necessidade de solicitar as tropas, pois nós temos um corpo de agentes penitenciários razoável, então não vejo a necessidade”, pontuou.
Em entrevista ao Portal MaisPB, Manoel Leite afirmou que a categoria está em alerta. “A tensão é grande e os grupos de operação estão em alerta. Existe superlotação em todas as unidades penais do Estado e o efetivo é pequeno para conter um levante de presos”, explicou.
Nesta quarta-feira (18) o ministro da Defesa Social, Raul Jungmann, afirmou, em entrevista coletiva, que cerca de mil homens das Forças Armadas estarão à disposição por 12 meses para estarem presentes
nos presídios, desde que sejam solicitados pelos governos estaduais.
Reunião no Ministério da Justiça
Wagner Dorta avaliou como positiva a reunião que teve com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Ele afirmou que a planilha com solicitações para o setor penitenciário, enviada há pelo menos um mês, deverá ser atendida pelo Governo Federal.
O primeiro passo das novas ações será o repasse de cerca de R$ 300 milhões para que os estados possam investir na compra de equipamentos para os presídios, como scanners, bloqueadores de linhas telefônicas e tornozeleiras eletrônicas.
Wallison Bezerra e Michelle Farias – MaisPB
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