João Pessoa, 03 de fevereiro de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um sertanejo como eu, que tantas vezes sentiu sobre os ombros o peso e o infortúnio provocado pelas secas cíclicas, não poderia ter feito diferente. E efetivamente não fiz:
Ao aportar nos tapetes azuis do Senado Federal priorizei as causas regionais – elegendo a transposição do rio São Francisco como foco primordial.
Não apenas pelos motivos mais óbvios – que é o saciamento da sede de doze milhões de pessoas submetidas às estiagens agudas – mas também pelo que vem a reboque da perenização da oferta d’água: o impulso econômico do semiárido!
A conclusão do Eixo Leste, tão próxima, anima a fé dos sertanejos de que este drama histórico está perto do desfecho.
Mas a luta não chega ao fim com a chegada das águas a Monteiro.
Temos que redobrar nossas forças para viabilizar, no prazo mais curto possível, a materialização do Eixo Norte – que transporá as águas do São Francisco para o alto sertão, região que enfrentam hoje risco iminente de colapso de abastecimento.
Essa cobrança – e vigilância – não pode arrefecer.
Enquanto o São Francisco não desembocar em Monte Horebe, São José de Piranhas e Cajazeiras, não devemos (nem podemos) sossegar.
Repito e insisto: a conclusão do Eixo Norte tem que figurar no topo da lista de nossas prioridades políticas, independente de suas colorações.
E nunca encontramos – desde que D. Pedro II aventou a transposição (passando por todos os demais governos que planejaram esta obra – terreno tão fecundo para estas cobranças e lutas.
Digo isso com base em minhas experiências pessoas, colhidas nas minhas maratonas de visitações aos ministérios.
Todas as tratativas feitas com o ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional, me permitem sentir alento.
De uma coisa tenho certeza:
O governo fazendo a parte dele, faremos a nossa.
Pois o nordestino, o homem sertanejo, nunca foi problema.
Nossa capacidade de trabalho sempre nos fez sobreviventes em meio às privações – nos fazendo superar, ao longo de todos esses séculos, as pesadas provações impostas pela natureza.
A transposição, porém, nos dará a oportunidade de ir além da sobrevivência.
Não queremos mais (apenas) sobreviver.
Queremos crescer.
E a água – não tenho dúvidas – será o motor desse crescimento.
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