João Pessoa, 06 de março de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na miudeza do débil e raso debate sobre paternidades das obras da Transposição, a postura do senador Cássio Cunha Lima não tem colaborado para alimentar essa discussão por baixo, como cheguei a sugerir nesta Coluna, ao comentar o tema. Devo reconhecer, por senso de justiça.
Fustigado por petistas, setores do Governo e pelo próprio governador Ricardo Coutinho, o tucano vem se esforçando para evitar a ignóbil queda de braço, lembra que “obra pública não tem dono” e reconhece até os méritos de Lula e Dilma, seus adversários, tal qual os seus críticos.
As lembranças a Lula e Dilma, porém, são uma faca de dois gumes para governistas empenhados em diminuir a contribuição do Governo Temer, que vai inaugurar a Transposição na Paraíba, e a participação de aliados, feito Cássio, na decisão política de reabilitá-la da paralisia e inaugurá-la num cronograma de dez meses.
A questão é simples. Se atestam e louvam a importância dos ex-presidentes na concepção e execução do projeto da Transposição, governistas paraibanos estariam reconhecendo, por analogia, as contribuições de governos passados, como o do tucano, em obras atualmente em execução ou já inauguradas por Ricardo?
Todos sabem. Muito do que Coutinho toca, começou em governos passados. O Centro de Convenções, por exemplo, concebido ainda por Tarcísio Burity, na década de 80, foi licitado no Governo Cássio, desembaraçado no Maranhão III e finalmente construído e entregue por Ricardo.
Ainda em obras, o Canal Acauã-Araçagi, antes chamado de Vertentes Litorâneas, foi projetado e iniciado em 2008, sequenciado em 2010 e continuado por Ricardo desde o começo da sua gestão. Esse ano a intervenção completará um percurso de nove anos para levar água por uma extensão de 112 km. E será Ricardo quem inaugurará.
Caminhos da Paraíba – o carro chefe do atual Governo – é um programa gestado ainda no Governo Cássio em parceria com a Corporação Andina de Fomento, responsável pelos recursos. Maranhão destravou e liberou a milionária verba e coube a Ricardo a execução e ampliação do raio de alcance de novas estradas.
Portanto, quem aplaude, merecidamente, com entusiasmo os relevantes serviços de Lula e Dilma na Transposição, fica política e moralmente comprometido a reconhecer o papel de governos estaduais anteriores nas ações festejadas como símbolos de trabalho da atual gestão.
Na Paraíba, pau que serve para chicotear o Velho Chico tem que ser o mesmo para Francisco… E Cássio.
Domingo no Parque
Por cerca de duas horas, o governador Ricardo Coutinho visitou a fase final da construção do Parque Parahyba, importante intervenção paisagística e urbanística no bairro do Bessa, no fim da tarde ontem. Ao lado do presidente da Assembleia, Gervásio Maia, e uma comitiva de secretários e auxiliares, o socialista foi abraçado por moradores e até fez fotos com crianças. A pedido dos pais.
BRASAS
*Noutra artéria – A vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), moradora do Bessa, não foi ao Parque Parahyba. Ela estava no Bloco Bate Coração, tradicional em Santa Rita.
*Impacto – À Coluna, Gervásio Maia se disse impressionado com a dimensão ‘faraônica’ das obras da Transposição: “É impressionante”, confessou.
*Saldo – Da passagem pela Prefeitura, o vice Manoel Júnior (PMDB) destaca amadurecimento e relação de confiança com Luciano Cartaxo (PSD).
*Pisando fundo – De volta a João Pessoa e com baterias recarregadas, Luciano acelera na pista da gestão para se classificar para a prova do ano que vem.
*Por aqui – É grande a mágoa do deputado João Henrique (DEM), com seu partido. Ele sente excluído e desrespeitado pela direção da legenda.
*Cachimbo – Na aldeia de Fortaleza (CE), o Grupo Marquise recebeu uma personagem tabajara. Na conversa, uma tragada sobre a superintendência da TV Tambaú.
FALA CANDINHA!
Furada
Dona Candinha, com riso malicioso, botou logo panos quentes no vazamento da barragem no dia da visita da comitiva socialista à Sertânia (PE):
– Foi só uma fria coincidência!
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Se chamado, Luciano Cartaxo vai à inauguração do Parque Parahyba?
PONTO DE INTERROGAÇÃO
“Políticos brasileiros não ouvem o povo”. Do cantor Flávio José, descrendo de qualquer influência de sua música “Deixa o Rio Desaguar” com a realização da Transposição.
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HORA H - 22/11/2024