João Pessoa, 14 de abril de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Quando se fala em seca e racionamento nos centros urbanos, a primeira imagem que se cristaliza no imaginário coletivo é a falta d’água na torneira, impactando decisiva e negativamente a qualidade de vida da população.
E esta é, de fato, uma imagem muito dura.
Mas ouso dizer que as torneiras secas constituem apenas de uma das faces de um cenário muito pior.
Um panorama que não poupa nada – nem ninguém.
E nada – nem ninguém – foi realmente poupado da crise instalada pela falta d’água em Campina Grande e demais cidades do Compartimento da Borborema.
Pois ela é ampla. E plural!
A água, como se sabe, é insumo básico para traçar qualquer plano de gestão e investimento.
Na ausência dela, o ritmo econômico é decisivamente atingido.
Não sem razão, a agonia do Boqueirão – encerrada agora com a chegada das águas da transposição – foi sentida de forma aguda nos setores produtivos de Campina Grande – gerando efeito cascata sobre o restante da Paraíba, tendo em vista que esse infortúnio se abateu sobre a maioria cidade do Estado depois da Capital, João Pessoa.
Nosso ritmo produtivo teve que se adequar à nova realidade.
Sem oferta de água para mover as engrenagens, perdermos força.
Mais do que impactar a cadeia já instalada, o colapso do abastecimento d’água também afugentou novos projetos.
Trocando em miúdos, o racionamento provocou fechamento de postos de trabalho e a inviabilização de abertura de novas vagas.
Provocou, também, refluxos na circulação de renda.
Ou seja: nosso potencial econômico minguou na mesma medida em que íamos fechando as torneiras e o Boqueirão ia sucumbindo à seca.
Isso explica, em larga medida, o suspiro de alívio audível em cada esquina da Borborema em reação a chegada das águas da transposição.
O Velho Chico já está dando de beber ao Boqueirão!
E estamos mais do que prontos para matar nossa sede de desenvolvimento.
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