João Pessoa, 05 de agosto de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em sua última prova individual na carreira, Usain Bolt não conseguiu confirmar a aura de imbatível e terminou em um raro terceiro lugar. Neste sábado, no Estádio Olímpico de Londres, ele foi superado pelo norte-americano Justin Gatlin, que faturou a medalha de ouro na disputa dos 100 metros no Mundial de Atletismo com a marca de 9s92, além de também ter sido batido por Christian Coleman, outro velocista dos Estados Unidos, com 9s94. Para Bolt, restou a medalha de bronze, com o tempo de 9s95, em uma inesperada derrota de um dos principais nomes de todos os tempos do esporte.
Como costumeiramente ocorreu durante sua carreira, Bolt teve uma largada ruim, a sétima pior entre os oito finalistas. Ele viu Coleman liderar a prova nos metros iniciais, tentou reagir, mas viu Gatlin ter um final de prova impressionante para se sagrar campeão mundial ao ultrapassar vários concorrentes.
Algoz de Bolt, Gatlin possui uma carreira de vitórias, mas também de polêmicas, tanto que já foi suspenso por doping duas vezes. Porém, o norte-americano, de 35 anos, possui cinco medalhas de ouro olímpicas, sendo uma nos 100 metros, conquistada nos Jogos de Atenas, em 2004.
Em Mundiais, esta é a sétima medalha de Gatlin, sendo a terceira de ouro. Ele já havia vencido a disputa dos 100m em 2005, quando também triunfou nos 200m. Mas nas últimas edições da competição, vinha sendo batido, tanto que foi medalhista de prata em 2013 e 2015. Já Coleman, o outro corredor a superar Bolt tem apenas 21 anos e vai se tornando um dos candidatos a suceder a dinastia do jamaicano.
Apesar da derrota, o astro jamaicano tentou não exibir decepção ao fim da prova, cumprimentando os rivais, posando para fotos e até atendendo alguns torcedores, ofuscando a festa de Gatlin.
Bolt não havia brilhado antes da final em Londres, tanto que nas semifinais ele foi derrotado por Coleman, no seu primeiro revés em quatro anos. E como na sexta-feira ele havia reclamado do bloco de partida utilizado em Londres, havia alguma dúvida sobre se o jamaicano, sempre favorito nas provas em que participa, asseguraria mais uma vitória, agora em uma prova tão emblemática, por representar alguns dos últimos passos da sua carreira.
Dono de 11 ouros em Mundiais duas pratas e agora uma bronze, Bolt ainda tem mais uma chance de deixar Londres, o Mundial e a sua carreira com uma vitória. Afinal, ele vai compor a equipe do revezamento 4×100 metros da Jamaica, quando vai, de fato, deixar o atletismo, na final que está agendada para o próximo sábado.
O astro é o recordista mundial dos 100 metros, com incríveis 9s58, e dos 200 metros, com 19s19, ambos conquistados no Mundial de Berlim, em 2009. O jamaicano também conquistou na pista nove medalhas de ouro olímpicas, mas uma delas – do revezamento 4×100 metros em Pequim-2008 – foi cassada devido ao doping de seu compatriota Nesta Carter.
Em seu último ano no atletismo, o jamaicano de 30 anos faz uma temporada relativamente modesta, embora tenha vencido todas as três provas que disputou antes do Mundial. Agora, foi batido por Gatlin e Coleman, sendo medalhista de bronze nos 100m no Mundial.
Estadão
OPINIÃO - 22/11/2024