João Pessoa, 19 de dezembro de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O sonho do bicampeonato mundial terminou para Gabriel Medina nas quartas de final do Pipeline Masters. Não era o fim esperado pelo brasileiro, que vinha embalado por dois títulos seguidos na perna europeia (França e Portugal). Medina chegou ao Havaí na vice-liderança do ranking e com boas chances de conquistar a etapa, atrás apenas de John John Florence.
Após passar por Kelly Slater na repescagem, Medina caiu para o francês Jeremy Flores pela segunda vez, já que também tinha perdido para Flores no round 4.
O francês surfou os melhores tubos do dia e, depois de eliminar Medina nas quartas de final, derrotou Kanoa Igarashi na semi e John John na final, conquistando a segunda vitória na etapa havaiana – a primeira foi em 2010.
“Independentemente das notas, fiz o meu melhor. Graças a Deus, estou saindo de cabeça erguida”, Medina
“O mar variou bastante, eu me adaptei bem nos rounds que eu tive. Foi uma pena, porque o mar ficou bem ruim. Foi difícil de surfar. Independentemente das notas, fiz o meu melhor. Graças a Deus, estou saindo de cabeça erguida”, disse Gabriel Medina.
Apesar do vice em Pipeline, John John garantiu seu segundo título consecutivo na elite. Medina precisava vencer o campeonato e torcer para o havaiano cair antes da decisão, já que John John havia passado por uma polêmica bateria na 3ª fase contra o australiano Ethan Ewing. Nas redes sociais, os internautas não se conformaram pelo fato de os juízes não terem dado a nota da virada para Ewing, assim como pelas pontuações atribuídas ao brasileiro na última etapa do ano.
“É difícil lidar com isso. Eu não posso falar, não tenho muito o que falar, mas todo mundo viu e não tem muito o que fazer. O meu trabalho é surfar. Ir lá, fazer o meu melhor, e o que eles decidirem, está tudo bem” , afirmou Medina.
A derrota nas quartas de final foi ainda mais dolorosa pela falta de oportunidades. O local de Maresias esperou quase 20 minutos por uma onda. Gabriel somou 4.77 e 1.27 contra 7.33 e 5.43 de Jeremy. Ele aguardou com paciência, mas não teve chance de buscar por ao menos um 7.99 que lhe daria a vitória e a classificação para a semifin
A temporada de Medina foi marcada por altos e baixos. Ele abriu o ano com um 3º lugar na Gold Coast australiana, mas se prejudicou nas etapas seguintes por conta de uma lesão no joelho direito. A recuperação começou em Jeffreys Bay, na África do Sul, e o paulista foi responsável por uma reviravolta na briga pelo título. De carta fora do baralho, tornou-se um dos principais cotados ao título, ao lado de John John.
Foi um ano bom. Na verdade, como tive uma lesão no início do ano, perdi praticamente duas etapas, e no Rio ainda estava machucado, mas a lesão faz parte. Eu não estava contando que eu ia chegar aqui no Havaí com chances de título, mas cheguei em segundo. Avaliando o total, foi bom. Foi um ano que aprendi bastante, lutei mais… Agora é recomeçar tudo do zero. É pensar positivo.
Na próxima temporada do Circuito Mundial, a partir de março de 2018, na Gold Coast, o Brasil terá 11 representantes, dois a mais do que em 2017. Ao fim da etapa, foram definidas as últimas vagas na elite em 2018.
GE
OPINIÃO - 22/11/2024