João Pessoa, 20 de janeiro de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A bicampeã olímpica Sheilla ficou no centro de uma polêmica nas últimas horas. Em entrevista ao programa de web Dibradoras, dirigido e produzido apenas por mulheres, a jogadora criticou a presença da transexual Tiffany, do Bauru, na Superliga Feminina. Ao justificar a sua opinião, a oposta causou mal-estar ao lembrar de uma conversa com a central Fabiana, do Praia Clube, quando as duas relataram temer que o vôlei feminino seja dominado, no futuro, por atletas homossexuais do sexo masculino. Após o episódio, Sheilla tentou explicar a situação nas redes sociais.
– É realmente muito polêmico esse assunto. Antes do Natal, eu dei uma entrevista sobre isso e, na época, eu estava meio por fora. Conversei com a Fabiana sobre isso, e ela disse: “Espera para ver ela jogar”. Depois que vi uma entrevista do médico Paulo Zogaib, mudei de opinião. Hoje sou contra. Ela tem a força de um homem. Eu a Fabiana estávamos falando sobre isso outro dia. Imagina se isso vira uma onda, por que não precisa mais de cirurgia. Imagina se todos os gays e v(…) decidem jogar a Superliga? Vai ficar complicado, porque não temos como competir com eles – disse Sheilla no programa.
Após a divulgação da entrevista, a oposta recebeu diversas críticas nas redes sociais. Horas depois, Sheilla usou os seus perfis para tentar apaziguar os ânimos. A oposta lembrou que, na mesma entrevista, ela elogiou Tiffany pelo pioneirismo, ressaltando que as entidades que gerem o vôlei precisam achar uma solução para a questão o quanto antes.
– Gente, estou vendo como suscitei um ódio incrível sobre o caso da Tiffany. (…) Claro que precisamos buscar uma solução pra situação. Na entrevista, a Renata e a Roberta falaram em cotas, eu concordei que talvez seja a solução para não excluir ninguém. O esporte é sim um ambiente de inclusão social e vai continuar sendo. A Tiffany é pioneira nisso e ainda terão muitas discussões sobre o assunto. E este é meu posicionamento. Respeito opiniões contrárias e espero respeito também – disse Sheilla.
Desde a estreia de Tiffany na Superliga, Sheilla foi uma das poucas estrelas do vôlei a comentarem sobre o assunto. A primeira a posicionar-se contra a presença da transexual foi a ex-jogadora Ana Paula, que usou as redes sociais para criticar a liberação de Tiffany, que levaria vantagem sobre as demais jogadoras por ter tido corpo masculino durante boa parte da carreira.
Chamada antes de Rodrigo, Tiffany tem 33 anos e já disputou a Superliga Masculina no Brasil por Juiz de Fora e Foz do Iguaçu, além de outros campeonatos entre os homens antes de fazer a transição de gênero. No início de 2017, a ponteira recebeu a permissão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para competir profissionalmente entre as mulheres.
OPINIÃO - 22/11/2024