João Pessoa, 03 de fevereiro de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nos últimos meses, Tifanny atraiu grande parte das atenções do vôlei feminino mundial. Primeira transexual a atuar na Superliga feminina de vôlei, ela mostrou, em pouco tempo, que está entre as melhores do país e virou foco da discussão sobre a presença no esporte de atletas que mudaram de sexo. Após a derrota de seu time, o Bauru, diante do Osasco, na sexta-feira, diz não temer uma possível mudança nas orientações do Comitê Olímpico Internacional:
– Estou muito tranquila. Se mudar a lei, vou para outro trabalho sem problema nenhum, como qualquer mulher. Mas, no momento, a lei está comigo – disse.
No fim de 2015, o COI aprovou uma recomendação para aceitar que transexuais participem das competições. A entidade orienta que mulheres trans se declarem do gênero feminino (reconhecimento civil) e tenham nível de testosterona inferior a 10 nmol/L por pelo menos 12 meses antes da estreia em competições femininas. A entidade anunciou recentemente que irá se reunir para discutir o assunto, mas ainda sem data definida.
Na semana passada, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) reuniu seu Conselho Médico e anunciou que vai estudar mais a participação de mulheres trans em esportes de alto rendimento para implementar um sistema próprio de elegibilidade para essas atletas. A entidade, porém, não estabeleceu prazo para divulgar este novo sistema.
Enquanto isso, a oposta diz que tem o objetivo de atuar pela seleção brasileira. O técnico José Roberto Guimarães já disse que, se ela merecer um lugar, estará no grupo das convocadas:
– Fico feliz que o técnico da seleção brasileira respeita a lei. Enquanto a lei estiver ao meu lado, vou fazer o meu melhor para ser convocada – disse.
A seleção brasileira tem como principal desafio na temporada o Campeonato Mundial, em outubro, no Japão. Antes disso, participa do Montreaux, tradicional torneio amistoso contra algumas das melhores seleções do mundo, e da Liga das Nações, novo nome do Grand Prix, na qual a equipe é atual campeã.
OPINIÃO - 22/11/2024