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O lutador de MMA Marlon Sandro, de 37 anos, voltou a agredir sua ex-noiva, Tayssa Madeira. Após agredir Tayssa em plena rua do Rio de Janeiro, em 14 de dezembro, Sandro, que atuou profissionalmente no Bellator e no Pancrase, entre outros eventos internacionais, voltou a persegui-la e atacá-la violentamente na última semana.
O Registro de Ocorrência policial da agressão relata ameaça de morte com uma faca e tentativa de sufocamento com um travesseiro na residência de Tayssa no último dia 9 de fevereiro – sexta-feira de carnaval. A informação foi dada em primeira mão pelo site “MMA Fighting”. Tayssa, que vem fazendo tratamento pós-traumático após a agressão sofrida em dezembro de 2016, não tem condições de falar sobre o assunto.
Segundo sua família, ela vem sendo mantida sedada e está muito abalada com o ocorrido, e com medo de retaliações por parte do lutador, que ameaçou mandar matá-la caso ela fizesse qualquer denúncia ou se ele fosse preso.
Pelas agressões de dezembro, Marlon Sandro foi enquadrado na Lei Maria da Penha, que tira da vítima a ingerência sobre o processo, uma vez que é comum que as pessoas agredidas voltem atrás e decidam retirar as queixas. Pelo texto da lei, uma vez feita, a denúncia não deixa de existir mesmo que a vítima queira. O processo relativo à primeira agressão de Marlon Sandro a Tayssa Madeira, acontecida dia 14 de dezembro, foi enviado ao Ministério Público na última terça-feira. Acusado de tentativa de feminicídio, o lutador irá a Júri Popular e pode ser condenado a até 20 anos de prisão. Na última terça-feira, o lutador divulgou um vídeo em que se dizia arrependido, regenerado e pedia oportunidades para voltar a lutar.
Segundo o advogado da família de Thayssa, Menandro Lobão, a situação de Marlon Sandro, que já era muito complicada judicialmente por conta da agressão feita em dezembro, se agravou ainda mais após a agressão feita na última semana.
– A delegada Gabriela Von Beauvois, da DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), enquadrou o primeiro caso como tentativa de feminicídio. O processo chegou à 17ª Promotoria de Investigação Penal, que vai analisar se aceita o relatório da delegada e faz a denúncia ao juiz, para que o inquérito se torne um processo. No relatório, inclusive, já é citada a segunda agressão, ocorrida durante o carnaval. Isso vai corroborar a primeira agressão, o que pode agravar muito a situação do lutador.
Segundo o relatório policial e também testemunhas que falaram ao Combate.com em condição de anonimato, Marlon Sandro, que aparentava estar sob influência de álcool ou drogas, abordou Tayssa na rua, no fim da tarde, na sexta-feira de carnaval, dia 9 de fevereiro. Após a recusa dela em conversar, o lutador insistiu em acompanhá-la até a porta do prédio em que ela reside. Ao chegar ao edifício, ele teria mandado que ela se calasse e entrasse junto com ele, pegando a sua bolsa. Após subirem para o apartamento, ela abriu a porta sob coação e ele entrou. A porta ficou aberta, e Sandro despiu-se e tomou banho.
Após insistir que ele fosse embora, Tayssa foi empurrada para dentro do apartamento e agredida pela primeira vez. Ela tentou fazer uma ligação do telefone fixo, mas o lutador tomou o telefone dela, arrancando os fios e as instalações de TV por assinatura da parede. Aos gritos, ela pediu que ele não a agredisse. Sandro, então, sentou-se no sofá. Tayssa aproveitou um descuido do lutador e se trancou no quarto, fazendo uma ligação do seu celular para a polícia. A ligação não chegou a ser completada, porque Sandro arrombou a porta do quarto, tomou o celular das suas mãos e a sufocou com um travesseiro, para abafar seus gritos e seu choro. Após a promessa de que ela se acalmaria, ele a soltou, mas foi à cozinha e pegou uma faca.
As testemunhas ouviram Sandro dizer a Tayssa a frase: “Escolhe pra quem você vai ligar: seu advogado, sua família ou pra polícia. Você acabou com a minha vida, e agora eu vou acabar com a sua. Você vai morrer aqui, hoje.”. Com a faca na barriga, ela decidiu ligar para a mãe, que desconfiou do tom da ligação e se dirigiu, com o filho, para o apartamento.
Como havia blocos de carnaval desfilando na rua, a mãe e o irmão de Tayssa demoraram para chegar ao prédio. No caminho, a polícia foi alertada. Ao chegarem ao apartamento, a mãe de Tayssa e o irmão se depararam com Marlon Sandro. Após pedirem para que ele se retirasse, ele entregou a faca para a mãe de Tayssa e disse que, se ela quisesse matá-lo, poderia fazê-lo.
O lutador foi embora instantes depois. Tayssa foi levada para a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), no Centro do Rio de Janeiro, para que fosse feito o Registro de Ocorrência, e fosse criada a medida protetiva contra o lutador, o que foi feito com base na invasão de domicílio. No sábado, através de um outro número de celular, Marlon Sandro fez ameaças a Tayssa, dizendo que, se ele for preso, mandará alguém matá-la. Tayssa vem sofrendo de problemas pós-traumáticos, e, segundo sua família, a psiquiatra que vem acompanhando-a diagnosticou um quadro similar à “Síndrome de Estocolmo”.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024