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O Ministério Público Federal (MPF) enviou parecer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no qual defendeu que o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman volte para a cadeia.
Preso em outubro do ano passado, Nuzman é suspeito de comprar votos de países africanos no Comitê Olímpico Internacional para que o Rio de Janeiro fosse escolhido sede da Olimpíada de 2016 – a defesa dele nega e diz que os fatos são “injustamente” imputados ao cliente.
Ao todo, Nuzman ficou 15 dias preso preventivamente e deixou a cadeia ainda em outubro de 2017, por decisão do STJ, que determinou o recolhimento domiciliar.
Na próxima terça-feira (27), a Corte voltará a analisar o caso de Nuzman em razão de a defesa ter apresentado um pedido para derrubar a prisão domiciliar.
O MPF, no entanto, entende que, mesmo de casa, Nuzman ainda pode destruir provas e prejudicar as investigações. O órgão diz que mesmo após a operação que o levou à prisão, Nuzman teria tentado ocultar bens e valores não declarados.
“É preciso considerar terem sido identificadas práticas insistentes e sistemáticas de corrupção, fraude a licitações e lavagem de dinheiro do patrimônio ilícito. Portanto, a única forma de interrupção dos crimes diuturnamente praticados pela referida organização é a manutenção da prisão de seus integrantes”, destaca o subprocurador-geral Rogério Paiva Navarro no parecer.
Em nota, a defesa de Nuzman diz que sua prisão em outubro foi “abusiva, desnecessária e ilegal”.
“O Superior Tribunal de Justiça revogou a prisão preventiva em deliberação colegiada e todos os fundamentos daquela decisão unânime permanecem válidos até hoje. Não há qualquer motivo para que uma nova violência seja praticada contra Nuzman, como pretende o Ministério Público com base em ilações e conjecturas sem amparo na realidade”, diz o texto.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024