João Pessoa, 27 de abril de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ex-presidente da CBF Marco Polo del Nero foi banido de forma definitiva de atividades relacionadas ao futebol. A Fifa anunciou nesta sexta-feira que o Comitê de Ética da entidade decidiu impedir para sempre que o dirigente possa exercer qualquer função no esporte – justamente após o fim de duas suspensões, uma de 90 e outra de 45 dias ao brasileiro.
“A câmara de decisão concordou com as recomendações da câmara de investigação e considerou o senhor Del Nero culpado de violar os artigos 21 (suborno e corrupção), 20 (oferecer ou aceitar presentes ou outros benefícios), 19 (conflitos de interesse), 15 (lealdade) e 13 (regras gerais de conduta) do Código de Ética da Fifa” diz a nota oficial divulgada pela entidade.
O banimento é exatamente a mesma punição recebida pelo antecessor de Del Nero, José Maria Marín. Além de estar impedido de desenvolver qualquer função ligada ao futebol, Marco Polo terá que pagar uma multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 3,5 milhões).
Del Nero está imepdido de realizar atividades ligadas ao futebol (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press) Del Nero está imepdido de realizar atividades ligadas ao futebol (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)
Del Nero está imepdido de realizar atividades ligadas ao futebol (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)
A defesa de Del Nero informou que vai recorrer da decisão anunciada hoje pela Fifa. O primeiro recurso será apresentado ao Comitê de Apelação da Fifa. Caso este recurso seja negado, o passo seguinte será recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, na Suíça – que é a última instância em casos de justiça desportiva.
Em nota oficial, o escritório de advogados que defende Del Nero apontou “surpresa e indignação” pela decisão do Comitê de Ética, alegando que não houve “produção de prova referente ao suposto envolvimento em esquemas de corrupção” por parte de Marco Polo e citando “incontáveis violações processuais cometidas pelo Comitê de ética”.
“Por isso, o Sr. Marco Polo Del Nero recorrerá da decisão e tem a convicção de que a punição de primeira instância será reformada mediante análise por tribunal independente e não sujeito a interferências externas”. diz o comunicado.
O banimento de Del Nero ocorre pouco mais de uma semana depois de Rogério Caboclo ter sido eleito o próximo presidente da CBF – tendo sido candidato único e contando com o apoio de Marco Polo. Até Caboclo assumir, em abril de 2019, a entidade continuará sendo regida pelo Coronel Nunes.
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que tomou conhecimento, hoje (27), da decisão do Comitê de Ética da Fifa em relação ao presidente Marco Polo Del Nero. A entidade esclarece que, em cumprimento à citada decisão e em linha com seu Estatuto, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima segue à frente da Presidência”. disse a CBF em nota divulgada em seu site.
Da presidência da CBF ao banimento
Eleito presidente da CBF em 2014, sucedendo José Maria Marín, Marco Polo del Nero tornou-se alvo de investigações do FBI em 2015, suspeito de envolvimento em esquemas de corrupção – e desde então não deixou mais o Brasil, onde não é acusado de nenhum crime. Naquele ano, foi indiciado pelo departamento de Justiça dos EUA por sete crimes (três de fraude, três de lavagem de dinheiro e um por integrar uma organização criminosa). Logo depois, o Comitê de Ética da Fifa abriu uma investigação interna, que demorou a avançar.
Entretanto, a partir do julgamento de Marín em um tribunal de Nova York, em dezembro do ano passado, o caso andou. Del Nero foi citado em diversos depoimentos, planilhas, gravações e outros documentos – que foram tornados públicas pela investigação norte-americana. Os promotores do “Caso Fifa” afirmaram que Del Nero recebeu US$ 6,5 milhões em subornos para beneficiar empresas de marketing esportivo em contratos relacionados a Copa América, Taça Libertadores e Copa do Brasil. E a Fifa reabriu a investigação sobre o ex-presidente da CBF.
No fim do ano passado, a entidade máxima do futebol mundial decidiu suspender Del Nero por 90 dias, fazendo com que o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, Coronel Nunes, assumisse a presidência da CBF interinamente. Esta suspensão foi estendida, como esperado, por 45 dias – em um prazo que expirou justamente nesta sexta.
G1
BIÊNIO 2025-2027 - 26/11/2024