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Campello vê política em invasão: “Minimamente estranho”

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publicado em 04/05/2018 ás 15h41
atualizado em 04/05/2018 ás 16h01

Alexandre Campello concedeu entrevista coletiva após a invasão de torcedores ao treino do Vasco em São Januário. O presidente do clube viu o episódio como uma manifestação política. Para o mandatário, a torcida tem o direito de estar insatisfeita, mas o que houve hoje na sede social foi “minimamente estranho”.

– Estou aqui especificamente para falar com vocês. Acho que o assunto deixou de ser o jogo e passou a ser essa manifestação da torcida. Eu acho que temos de analisar da seguinte maneira: temos uma equipe que tem se mostrado competitiva e terminou 2017 na Libertadores. Chegou à final do Carioca, não vencendo por alguma interferência de arbitragem, ao meu ver. Na Libertadores, passamos pelas duas fases iniciais e não fomos bem na fase de grupos. Acho que isso pode ser, sim, algum motivo de insatisfação da torcida, mas da forma que foi, acho que essa manifestação é minimamente estranha – descreveu.

Campello admitiu que o Vasco já sabia dos planos de uma possível invasão e organizou um esquema especial de segurança junto à Polícia Militar por precaução, mas que não foi suficiente para impedir que uma porta na loja oficial do clube fosse arrombada.

– Sabia que alguns grupos estavam se organizando, marcando ponto de encontro. Tomei o cuidado de conversar com a comissão técnica, pensamos em mudar o local do treinamento, mas devido ao curto tempo poderia comprometer a logística. Tomei o cuidado de pedir para que reforçassem a segurança, tomassem conhecimento do número de acesso e que fosse dada toda a segurança para jogadores e comissão, que a Polícia Militar fosse informada. Sobre arma e tiro, também ouvi dizer. O que o clube vai fazer é ir à Polícia e pedir que se apure todos esses fatos. O clube tem segurança. Se algum é policial e anda armado, acho que não deveria – disse.

Torcedores invadem São Januário para cobrar jogadores e presidente do Vasco
Para o presidente, que assumiu o cargo após grande polêmica, muitas pessoas no Vasco ainda não perceberam que a eleição já acabou e seguem criando problemas a partir de divergências políticas.

– Acho que para alguns, não (acabou a eleição). Lamentavelmente, isso é nocivo ao Vasco. Pessoas que se dizem vascaínos. O momento é de união, tenho pregado isso. Escrevi isso na minha carta do balanço. Isso só dificulta a retomada do Vasco. O Vasco tem muitos grupos. Melhor não citar. Isso está claro por aí. Por isso, vou à Polícia para apurar quem são os responsáveis, quem movimentou tudo isso. Existem áudios, prints. Acho que a Polícia tem como buscar os responsáveis por esse fato. E eu tomarei todas as medidas que isso não volte a acontecer – afirmou.

Apesar de ver motivação política na manifestação desta sexta-feira, Campello não acredita que a divulgação do balanço patrimonial, na segunda, tenha relação. Antes do documento com os números do ano passado, Campello escreveu uma carta à torcida pedindo união e apresentando problemas deixados pela gestão passada, encabeçada por Eurico Miranda.

– Causa uma certa estranheza tudo isso. Mas acho que não tem nada a ver com o balanço. É na verdade uma demonstração dos números. Essa é a realidade que procuramos mostrar de forma transparente. Não vejo que haja o que discutir em relação ao balanço. Temos sérias dificuldades, inclusive para cumprir todos os compromissos até o fim do ano. Isso está muito bem explicitado na cara de apresentação e no próprio balanço – opinou.

Torcedores se aglomeram na porta principal da sede em São Januário (Foto: Fabio Cardoso) Torcedores se aglomeram na porta principal da sede em São Januário (Foto: Fabio Cardoso)
Torcedores se aglomeram na porta principal da sede em São Januário (Foto: Fabio Cardoso)
Após a invasão, Campello acredita que a Polícia pode descobrir quem foram os mandantes e os responsáveis pelo episódio. Segundo ele, o Vasco irá às autoridades para resolver a questão.

– Pessoas infringiram questões estatuárias e legais. A partir deste momento, não tem argumento. Toda manifestação pacífica dentro de uma coerência deve ser ouvida. A maneira como ocorreu acho que perderam todo o direito de se manifestar. Por isso, vou à Polícia para apurar quem são os responsáveis, quem movimentou tudo isso. Existem áudios, prints. Acho que a Polícia tem como buscar os responsáveis por esse fato. E eu tomarei todas as medidas que isso não volte a acontecer – declarou.

Esquema especial de segurança foi montado em São Januário (Foto: Bruno Giufrida) Esquema especial de segurança foi montado em São Januário (Foto: Bruno Giufrida)
Esquema especial de segurança foi montado em São Januário (Foto: Bruno Giufrida)
Com o temor de que novos problemas se repitam, um esquema especial de segurança será feito para a partida contra o América-MG, neste sábado, às 19h.

– O jogo de amanhã deveria ser tranquilo, mas nós vamos tomar todas as medidas necessárias para dar segurança os jogadores, comissão técnica, torcedores e profissionais que trabalham neste evento. Todas as medidas necessárias, nós vamos tomar.

A última pergunta da entrevista coletiva foi: muitas pessoas falaram que, entre os seguranças, havia ex-membros de organizadas que antes também faziam as mesmas coisas, protestavam. Há alguma suspeita de que as medidas de segurança tenham sido sabotadas?

– É sempre uma possibilidade e vou tomar as medidas necessárias para corrigir. Vou pedir que todos os fatos sejam apurados.

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