João Pessoa, 15 de maio de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A ideia é evoluir. Diante de uma fórmula consagrada, mas dando indícios de desgaste, a Federação Internacional de Vôlei quis mudar. No calendário há quase três décadas, a Liga Mundial e o Grand Prix deram origem à nova Liga das Nações, grande aposta da entidade. Nesta terça-feira, a seleção feminina encara a Alemanha, às 15h, no Ginásio José Corrêia, em Barueri, na abertura da disputa – TV Globo, SporTV e GloboEsporte.com transmitem. Mas, além das mudanças de formato, a competição promete revolucionar a forma que o esporte chega ao público. E também atende a um pedido antigo das meninas: a igualdade na premiação.
A competição dará US$ 1 milhão de dólares para o campeão de cada gênero. Há algumas temporadas, as mulheres contestavam a diferença na premiação para os homens, que sempre ganharam mais. A nova Liga das Nações, no entanto, atende ao pedido e iguala o valor recebido nos dois naipes.
– Estamos compreendendo antes dos demais o lugar, o espaço das mulheres no esporte. O vôlei é hoje o primeiro esporte no mundo a premiar em suas principais competições igualmente homens e mulheres. Até então tínhamos a Liga Mundial masculina que pagava 1 milhão de dólares para o campeão e o Grand Prix, que distribuía para a campeã feminina US$ 350 mil dólares. Já no ano passado, o prêmio do Grand Prix subiu para US$ 600 mil dólares. E esse ano, com a criação da Liga das Nações, igualamos premiações. Ao dar a mesma premiação para os dois gêneros estamos dizendo ao mundo inteiro que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos – disse Ary Graça, presidente da FIVB.
As mudanças, porém, começam na fórmula. Ao contrário do Grand Prix e da Liga Mundial, todas as 16 seleções da Liga das Nações se enfrentam entre si na primeira fase. As seis melhores, então, avançam à fase final: entre as mulheres, a disputa será em Nanquim, na China; entre os homens, em Lille, na França. A alteração forçou o aumento do número de semanas de disputa, algo que preocupa os técnicos das seleções brasileiras, Zé Roberto e Renan Dal Zotto por conta do desgaste. Luiz Fernando Lima, secretário geral da FIVB, porém, afirma que as mudanças eram necessárias.
– O calendário não é o ideal, mas é o possível hoje. Ou você espera a janela necessária, que se adeque aos compromissos, ou você parte para o sacrifício. E o sacrifício valia a pena. Porque acreditamos vai trazer muitos benefícios. Traz um peso, são cinco semanas intensas. É uma longa temporada, mas não são todos os países com uma liga nacional forte. O importante é mostrar que não dava para esperar. No mundo de hoje, tem que fazer a mudança. Se tiver logica, tem de ter (essa mudança). Por isso também ampliamos os números de inscritos, de 18 para 21. Para dar um conforto às seleções.
– O objetivo principal é apresentar para o público de uma nova maneira. Fazer com que ele se sinta parte do evento. Vôlei permite isso, com um intervalo longo entre pontos, sets e pedidos de tempo. Isso traz o público para participar. Isso vem desde a entrada do Ary Graça na presidência. Fizemos, em 2013, os primeiros testes, na fase final da Liga Mundial, na Argentina. Em 2014, foi o primeiro ano que testamos recursos do desafio. Em 2016, na Olimpíada, lançamos algumas novidades, como o monster block. Vimos que esse conceito estava pegando o torcedor. Eram 12 mil pessoas para celebrar um bloqueio, uma coisa incrível de ver. Acho que estamos no caminho certo. Na TV também. Queremos garantir que todos verão a mesma produção, sem olhar especial especial para o time da casa. Essa neutralidade absoluta procura valorizar o individual dentro do vôlei. O fã sempre vai se identificar com o indivíduo antes de coletivo. Os jogadores fazem história e criam valores para o coletivo.
GloboEsporte
OPINIÃO - 26/11/2024