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FIVB quer evolução com Liga das Nações e iguala prêmios

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publicado em 15/05/2018 ás 12h59
atualizado em 15/05/2018 ás 13h02

A ideia é evoluir. Diante de uma fórmula consagrada, mas dando indícios de desgaste, a Federação Internacional de Vôlei quis mudar. No calendário há quase três décadas, a Liga Mundial e o Grand Prix deram origem à nova Liga das Nações, grande aposta da entidade. Nesta terça-feira, a seleção feminina encara a Alemanha, às 15h, no Ginásio José Corrêia, em Barueri, na abertura da disputa – TV Globo, SporTV e GloboEsporte.com transmitem. Mas, além das mudanças de formato, a competição promete revolucionar a forma que o esporte chega ao público. E também atende a um pedido antigo das meninas: a igualdade na premiação.

A competição dará US$ 1 milhão de dólares para o campeão de cada gênero. Há algumas temporadas, as mulheres contestavam a diferença na premiação para os homens, que sempre ganharam mais. A nova Liga das Nações, no entanto, atende ao pedido e iguala o valor recebido nos dois naipes.

– Estamos compreendendo antes dos demais o lugar, o espaço das mulheres no esporte. O vôlei é hoje o primeiro esporte no mundo a premiar em suas principais competições igualmente homens e mulheres. Até então tínhamos a Liga Mundial masculina que pagava 1 milhão de dólares para o campeão e o Grand Prix, que distribuía para a campeã feminina US$ 350 mil dólares. Já no ano passado, o prêmio do Grand Prix subiu para US$ 600 mil dólares. E esse ano, com a criação da Liga das Nações, igualamos premiações. Ao dar a mesma premiação para os dois gêneros estamos dizendo ao mundo inteiro que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos – disse Ary Graça, presidente da FIVB.

As mudanças, porém, começam na fórmula. Ao contrário do Grand Prix e da Liga Mundial, todas as 16 seleções da Liga das Nações se enfrentam entre si na primeira fase. As seis melhores, então, avançam à fase final: entre as mulheres, a disputa será em Nanquim, na China; entre os homens, em Lille, na França. A alteração forçou o aumento do número de semanas de disputa, algo que preocupa os técnicos das seleções brasileiras, Zé Roberto e Renan Dal Zotto por conta do desgaste. Luiz Fernando Lima, secretário geral da FIVB, porém, afirma que as mudanças eram necessárias.

 – A ideia da mudança chegou depois de uma análise e da conclusão de que o vôlei dava voltas sem sair do lugar. O formato das competições tinha muitas variações de um ano para o outro. Não eram um formato claro. O público não entendia muito bem a classificação das equipes. Nós tínhamos uma extensão de público muito baixa, vínhamos avançando a passos muito lentos. Tínhamos uma estrutura de três décadas, mas era preciso dar uma guinada em beneficio ao público do vôlei. O vôlei feminino e o masculino têm uma qualidade que nenhum outro esporte tem: as duas competições conseguem atrair o mesmo interesse midiático e patrocinadores. É o esporte coletivo mais equilibrado em alto nível.
 Luiz Fernando Lima admite que ainda precisa buscar o melhor encaixe da competição no calendário. Diz que algumas seleções, como as do Brasil, sofrem mais por terem um campeonato nacional forte – o que não acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. Mas afirma que a mudança trará benefícios a longo prazo.

– O calendário não é o ideal, mas é o possível hoje. Ou você espera a janela necessária, que se adeque aos compromissos, ou você parte para o sacrifício. E o sacrifício valia a pena. Porque acreditamos vai trazer muitos benefícios. Traz um peso, são cinco semanas intensas. É uma longa temporada, mas não são todos os países com uma liga nacional forte. O importante é mostrar que não dava para esperar. No mundo de hoje, tem que fazer a mudança. Se tiver logica, tem de ter (essa mudança). Por isso também ampliamos os números de inscritos, de 18 para 21. Para dar um conforto às seleções.

 A Liga das Nações também tentará mudar a forma de transmissão da disputa. Segundo Luiz Fernando Lima, a ideia é fazer com que o público tenha acesso também às grandes jogadas individuais em um esporte tão forte coletivamente. Além disso, promete investir ainda mais no espetáculo para quem está presente nos locais de competição, com interações que fizeram sucesso.

– O objetivo principal é apresentar para o público de uma nova maneira. Fazer com que ele se sinta parte do evento. Vôlei permite isso, com um intervalo longo entre pontos, sets e pedidos de tempo. Isso traz o público para participar. Isso vem desde a entrada do Ary Graça na presidência. Fizemos, em 2013, os primeiros testes, na fase final da Liga Mundial, na Argentina. Em 2014, foi o primeiro ano que testamos recursos do desafio. Em 2016, na Olimpíada, lançamos algumas novidades, como o monster block. Vimos que esse conceito estava pegando o torcedor. Eram 12 mil pessoas para celebrar um bloqueio, uma coisa incrível de ver. Acho que estamos no caminho certo. Na TV também. Queremos garantir que todos verão a mesma produção, sem olhar especial especial para o time da casa. Essa neutralidade absoluta procura valorizar o individual dentro do vôlei. O fã sempre vai se identificar com o indivíduo antes de coletivo. Os jogadores fazem história e criam valores para o coletivo.

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