João Pessoa, 17 de agosto de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrará com recursos em série para tentar tornar elegível o candidato do PT à presidência. Como ele foi condenado em segunda instância na Operação Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá, está enquadrado na Lei da Ficha Limpa e é considerado inelegível.
A equipe de advogados eleitorais e criminais de Lula, no entanto, tentará obter nas cortes superiores alguma medida que permita ao petista estar nas urnas até o dia 17 de setembro, prazo limite para trocar os candidatos – ou, pelo menos, postergar a provável decisão da Justiça de não conceder o registro. A própria direção do PT considera pouco plausível uma medida favorável a Lula, mas quer ganhar tempo com os recursos para fazer a substituição do candidato pelo seu vice, Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo.
A tese corrente no partido é a de que a transferência de votos será mais eficiente se ocorrer próxima ao prazo limite de troca de candidato, dando pouco tempo ao eleitor de Lula para refletir sobre o novo nome, e de maneira mais traumática, com esse eleitor sendo bombardeado com informações de que Lula não teve o registro deferido.
A estratégia traz riscos: Haddad tem menos tempo para se tornar conhecido em redutos eleitorais fortes do PT, como o Nordeste, e pode perder o tempo de TV no horário eleitoral (se o TSE indeferir o registro de Lula, e ele ficar à espera de um novo recurso no STF e não for substituído em seguida por Haddad, os ministros da corte eleitoral podem entender que o PT está sem candidato e dividirem, assim, o tempo de campanha dele entre os adversários).
Hoje o Diário da Justiça Eletrônico trouxe o pedido de registro de candidatura de Lula. O relator Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE, pode esperar o prazo de 5 dias para as impugnações e só a partir de então abrir prazo de sete dias para a defesa – ou pode já abrir prazo para a defesa, notificando Lula, como quer o Ministério Público.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024