João Pessoa, 08 de setembro de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Dados do Tribunal Superior Eleitoral apontam que 25 candidatos nas eleições deste ano na Paraíba pertencem a Polícia Militar. No ranking das ocupações, os postulantes militares só perdem para empresários, advogados, deputados e estudantes.
Mas, para quem faz parte da corporação e deseja estar na disputa é necessário seguir alguns regimentos internos. Para que possa ter a garantia de retorno ao serviço na ativa ou vá para reserva, caso seja eleito, é preciso ter mais de dez nos de atividades. Caso contrário, quem escolher seguir à política tem que abandonar a farda de vez.
Ao Portal MaisPB, o diretor do Centro de Ensino da Polícia Militar da Paraíba, coronel José Ronildo, explicou como é o processo para que um militar seja candidato.
“O miliar não pode ser filiado a nenhum partido, porém a legislação permite que o policial se filie no dia da convenção partidária. Em seguida, ele precisa pegar a ata do encontro e entregar ao comandante. Quando a candidatura é registrada no TRE, ele é automaticamente afastado para a campanha, mas continua recebendo. Se for eleito, vai para a reserva da PM, mas se for derrotado volta ao serviço normalmente”, afirmou.
De acordo com o coronel, nas eleições de 2008 alguns militares registraram a candidatura com um período de serviço abaixo do permitido e acabaram excluído. Porém, eles ingressaram na justiça e conseguiram o direito de retornar ao ofício.
Pena para quem não seguir as regras
Ao aceitar entrar na disputa, o candidato que é militar precisa seguir regras estabelecidas pelo comando. A principal é a proibição de usar a farda para pedir voto, já que na visão da PM ele não representa o conjunto, mas sim um desejo único de concorrer ao cargo público.
“Eles só podem usar o prenome capitão, sargento, major, porque essa graduação acaba incorporando ao nome da pessoa. Podem dizer sou ‘capitão fulano’, mas não podem aparecer fardados, pois não representam a instituição. O regulamento proíbe qualquer PM de se manifestar em nome da corporação ou do comandante, sem a autorização. Quem fizer isso pode ser advertido ou até ficar preso por até 30 dias”, justificou o coronel José Ronildo.
Clamor popular ajuda quem prioriza segurança
Na avaliação do professor de Ciências Políticas da Universidade Federal da Paraíba, Gustavo Tavares, a campanha presidencial já mostra uma tendência de parte da população ao candidato Jair Bolsonaro, que apesar de não usar nenhum prenome ligado ao serviço militar, consegue atrair a atenção de parte da população mais ligada ao campo da direita.
“Se você fizer uma análise, as instituições militares são bem avaliadas em relação as legislativas e judiciais, elas estão com 80% de aprovação diante do público. Então, é muito bom você ser candidato de uma instituição que tem um alto índice de popularidade e aceitação do público. O Bolsonaro, por exemplo, surfa muito bem nisso, traz um peso muito grande consigo, apesar de ser deputado há muito, mantém aquele vínculo de capitão do Exército”, pontuou.
Wallison Bezerra – MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024