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O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, fez um aceno ao tucano Fernando Henrique Cardoso após a afirmação do ex-presidente que há uma “porta” para o diálogo dos dois.
“Existe um muro que separa FHC de Bolsonaro. De mim, é uma porta”, disse Haddad, em referência a entrevista publicada com o tucano neste domingo no Estado. No texto, FHC pondera que não é uma “porta aberta, mas há uma porta. O outro não tem porta. Um tem um muro, o outro uma porta”, disse FHC.
“Se existe uma porta que precisa ser aberta em nome da democracia, todo mundo tem a obrigação de abrir essa porta”, disse Haddad, neste domingo, após evento com representantes de entidades de pessoas com deficiência.
O candidato também foi confrontado sobre suas recentes afirmações contra Edir Macedo, líder da igreja Universal, e possíveis prejuízos com o eleitorado religioso. O petista, na sexta-feira, 12, disse que Bolsonaro representa o corte de “direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”.
Segundo Haddad, sua preocupação é a de um estado para “acolher a todos, independente da crença. Eu entendo que uma igreja não pode mandar no Estado. Essa é minha preocupação. Sobretudo a esse projeto de poder que foi anunciado há anos e agora quer se materializar em uma candidatura”, disse, em referencia ao apoio de Macedo a Bolsonaro”.
Na mesma agenda, Haddad lançou mão de fortes críticas ao seu adversário. “Qual o limite da loucura do meu adversário?”, questionou Haddad, sobre post em que Carlos Bolsonaro, filho do cabeça de chapa do PSL, o acusa de ser favorável ao incesto.
Equipe petista apaga tweet com informação errada
A equipe do petista retirou do ar um tuíte que criticava seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), por supostamente ter votado contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Procurada, a equipe do petista disse que, na verdade, Bolsonaro se absteve da votação, e que por isso a postagem foi excluída. Haddad participou neste domingo de agenda com representantes do segmento de pessoas com deficiência.
“O deputado Jair Bolsonaro votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Acredito que ele tenha votado contra por falta de conhecimento. Ele não foi educado para compreender toda a diversidade humana e sua complexidade”, transmitiu o Twitter de Haddad, neste domingo, mas foi retirado do ar pouco depois.
Após o debate presidencial do primeiro turno na Rede Globo, no dia 4, do qual não participou por estar internado depois de levar uma facada no ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro postou um vídeo nas redes sociais em que disse ter sido vítima de “fake news”, segundo as quais votou contra o projeto da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que foi aprovada e concede benefícios a deficientes.
Um dos filhos do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também presente à transmissão, afirmou que na verdade eles votaram contra um destaque que tratava de orientação sexual e “ideologia de gênero”. “Era um jabuti, óbvio que não podíamos aceitar”, disse.
“Quem lançou essas ‘fake news’ foi a mãe do Duvivier, garoto que tem um site onde ele esculacha os valores familiares, prega contra Jesus, contra evangélicos, aquele humor que não é sadio, que ninguém pode zombar da fé de ninguém”, afirmou Bolsonaro, em referência à cantora e violinista Olívia Byington, mãe do escritor, ator e humorista Gregório Duvivier.
Estadão
OPINIÃO - 22/11/2024