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O candidato de extrema direita favorito do segundo turno presidencial Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira no Twitter sua intenção de, se eleito, extraditar o ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, condenado por quatro homicídios em seu país.
“Reafirmo aqui meu compromisso de extraditar o terrorista Cesare Battisti, amado pela esquerda brasileira, imediatamente em caso de vitória nas eleições”, afirmou o candidato de extrema direita, em um tuíte postado em português e em italiano.
“Mostraremos ao mundo nosso total repúdio e empenho no combate ao terrorismo. O Brasil merece respeito!”, acrescentou, depois de agradecer a uma saudação do ministro do Interior e vice-primeiro-ministro de extrema esquerda da Itália, Matteo Salvini.
O ex-ativista italiano foi condenado em 1993 pela justiça de seu país à prisão perpétua por quatro assassinatos e cumplicidade em outras mortes nos anos 1970. Ele sempre alegou inocência. Passou cerca de 30 anos fugitivo entre o México e a França, onde virou escritor de romances policiais. antes de fugir para o Brasil.
Contatado pela AFP, Battisti reagiu ao tuíte de Bolsonaro com serenidade.
“Ele não tem nada a ver com isso porque não é ele quem decide, é o Supremo Tribunal. Eu não estou preocupado com isso porque não é o Executivo que decide isso neste momento, é o Judiciário”, enfatizou.
Em 2010, a justiça brasileira autorizou a entrega de Battisti à Itália, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu conceder a ele o estatuto de refugiado políticos.
Salvini havia parabenizado Bolsonaro por seu resultado no primeiro turno, quando o ex-capitão do Exército obteve 46% dos votos, contra 29% do esquerdista Fernando Haddad.
“O Brasil também muda! A esquerda derrotada, novos ventos estão soprando! Go, Bolsonaro, go… o Brasil decide”, escreveu o líder da Liga.
AFP
OPINIÃO - 22/11/2024