João Pessoa, 28 de agosto de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nove em cada dez analistas políticos apostariam todas as fichas que a comunicação da campanha do senador Cássio Cunha Lima focaria mais nas propostas e menos no comparativo de gestão. O governador Ricardo Coutinho, que cansou de chamar o tucano para o confronto, também.
Nós articulistas, e o próprio Ricardo, fomos pegos de surpresa. No guia eleitoral, Cássio Cunha Lima não parece nem de longe acuado com o tão propalado comparativo de governo, anunciado exaustivamente e em clima de suspense como carta na manga do governador para desbancar o adversário.
Na dianteira da disputa, Cássio poderia evitar a tal comparação, porque ela é mais interessante para quem está atrás da corrida ao Palácio e precisa polemizar e polarizar com quem lidera a bolsa de apostas. Aliás, se estivesse entre seus conselheiros, indicaria foco no futuro, por uma questão de expectativa pessoal de cidadão.
Opinaria nesse sentido também como observador político. Inicialmente, baseado na fama de trabalhador de Ricardo, inteligente e repetidamente disseminada pela propaganda formal e informal do governo. E segundo porque, como todos sabem, a gestão Cássio foi marcada por um conhecido período de turbulências políticas.
Nada disso. Desafiado, o tucano topou. O seu guia compara as duas gestões com números. Fez isso na Educação mostrando a drástica redução nas matrículas na rede estadual e ontem desconstruindo com dados do Ministério da Saúde o ‘revolucionário’ aumento de leitos hospitalares na Paraíba.
Pela opção em peitar Ricardo exatamente no que ele tem como principal estratégia, o guia dirigido por Zé Maria Andrade e Jurandir Miranda, antes da plástica e texto irretocável, ganha pela coragem e ousadia.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 28/08/2014 (quinta-feira).
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