João Pessoa, 02 de julho de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Indiscutivelmente o maior partido da Paraíba, o PMDB corre o risco de um colapso. Metida num beco estreito, a legenda vive a sua maior crise política desde o emblemático racha de 1998. Com uma diferença, naquela época o partido entrou em confronto, mas não saiu tão fragilizado, tanto que ganhou o governo, sem concorrentes.
Nessa nova quadra, o partido caminha para um abismo que tem tudo para levá-lo a sair muito menor desse conturbado processo eleitoral que vivemos. Sem conseguir afirmar uma candidatura própria consistente e que inspire confiança, o PMDB retirou Veneziano Vital, já lançou Vital do Rêgo e mesmo assim não estanca a sangria.
Em parte, por ter sido engolido pela avassaladora polarização estabelecida por Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima. E em parte, pela decisão de seus líderes de entabular entendimentos com adversários em plena construção de sua candidatura, gesto que deu demonstração de fraqueza pra dentro e pra fora.
As seguidas reuniões nas madrugadas, brigas internas e resistências de uma ala a processos de obscuras negociações, colocaram o PMDB numa situação extremamente delicada. Pra onde se mexer corre riscos. Se ficar com Ricardo entra numa profunda contradição e se mantiver a candidatura própria corre o risco de apequenar sua bancada.
Para seguir com a postulação, tem que arranjar coligação. Por enquanto, só tem reais chances de atrair o PSC, cuja bancada estadual nutre interesse na composição. Essa solução, entretanto, não garante condições confortáveis para a manutenção das três vagas de deputado federal. Esperar pela intervenção do PT é atirar no escuro.
A grave situação preocupa deputados e líderes do partido. Temem pelo futuro da legenda e, sobretudo, pelas suas próprias cabeças. Administrando faíscas por todos os lados, o PMDB é uma bomba relógio prestes a explodir. Salve-se quem puder!
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 02/07/2014 (quarta-feira).
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CONVERGÊNCIA - 26/11/2024