João Pessoa, 28 de junho de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A adesão surpreendente do PT à reeleição do governador Ricardo Coutinho abalou as estruturas da oposição, mexeu significativamente com o cenário eleitoral paraibano e obrigou a estratégia do senador Cássio Cunha Lima construir um fato com o mesmo potencial para diminuir o impacto. E ele houve.
Se em janeiro a opção do vice-governador Rômulo Gouveia pela reeleição de Ricardo serviu para amortecer a fissura gerada pela perda de Cássio, agora o rompimento do presidente estadual do PSD com o governo e a conseqüente adesão à candidatura tucana impôs um baque de grandes proporções ao PSB.
Coutinho não perde apenas o partido detentor do terceiro maior tempo no guia eleitoral. A defecção de Rômulo tem um efeito simbólico emblemático. É o vice-governador, inserido na estrutura do poder e conhecedor dos pontos fortes e fracos da gestão, que usará esse tamanho na desconstrução do governo. Uma pedra no sapato.
Rômulo saiu falando em gradativo abandono e que por último assistiu ao descarte final no gesto da sua troca na chapa pelo petista Lucélio Cartaxo, filiado a um partido com maior tempo de guia e investido na estrutura da Prefeitura de João Pessoa. Atirou no discurso de correção política entoado pelo governador.
Relatou que há tempos começou a perceber o processo de fritura, mais nítido, ironicamente, no seu aniversário, quando recebeu de presente antecipado declarações do presidente do PSB, Edvaldo Rosas, colocando a vaga de senador como um espaço aberto para negociações.
Nessa reta final de convenções, o governo marcou um gol de placa ao atrair o PT e os tucanos empataram o jogo tirando Rômulo do time adversário. Com uma diferença: o PSD não corre o risco de intervenção.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 28/06/2014.
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CONVERGÊNCIA - 26/11/2024