João Pessoa, 27 de junho de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Coerência nunca foi uma palavra muito usual no vocabulário da política paraibana. Nessa semana das convenções deste 2014, ela se escondeu por trás da porta pra não ser nem lembrada. Corada de vergonha, assiste aos conchavos mais surpreendentes e impensáveis para a conjuntura de dois meses atrás.
Ao contrário de pragmatismo, esse sim um termo bastante em voga e que dita as regras nos acordos e alianças por estas bandas. É o que ocorre agora nessa reviravolta na qual o governador Ricardo Coutinho consegue trazer para seu palanque os dois mais representativos partidos da oposição, PT, fechado, e o PMDB, em vias.
Ricardo está errado? Não. Absolutamente correto. Candidato à reeleição em atual desvantagem ao primeiro colocado nas pesquisas – Cássio Cunha Lima – , cabe a ele atrair o maior número de aliados, nem que estes tenham sido os detratores de sua gestão durante seguidos três anos e meio.
Na aliança construída com incontestável habilidade e tirocínio pelo governador, quem fica numa situação notadamente constrangedora, pra não dizer vexatória, são os que repentinamente deram o braço a torcer ao governo e aderiram por força das circunstâncias e de interesses imediatos, alguns pouco inconfessáveis.
Esses sim precisarão de muita saliva para enfrentar a opinião pública e justificar o brusco movimento na direção de um governo que fora dura, permanente e até radicalmente combatido exatamente por quem agora precisará de toda a capacidade retórica usada na oposição para refazer o caminho e o discurso.
Nada impossível e longe de ser algo muito melindroso para nossos padrões, reconheça-se. Pelo menos nessa “arte”, os políticos paraibanos – salvo raríssimas exceções – são extremamente competentes, ágeis e hábeis. Quase imbatíveis!
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 26/06/2014 (quinta-feira).
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CONVERGÊNCIA - 26/11/2024