João Pessoa, 11 de junho de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pela geografia política do Estado, o governador Ricardo Coutinho – cuja principal e maior base eleitoral é João Pessoa – está “condenado” a ter um companheiro de chapa indicado por Campina Grande – segundo maior colégio eleitoral do Estado – para figurar na condição de seu vice.
Em face da indiscutível hegemonia política do grupo Cunha Lima em Campina Grande, tudo que Ricardo puder fazer para diminuir por lá a distância dos votos com o senador Cássio Cunha Lima é pouco. É a maioria dada por Campina que vem decidindo a parada nas últimas eleições estaduais. Ricardo, por exemplo, é fruto dessa força.
No primeiro turno de 2010, os campinenses lhe deram vantagem de 61 mil votos e 64% da preferência, sendo um “forasteiro”. Se Cássio atraiu essa votação para um “estranho”, imagine para ele próprio. Essa tendência preocupa o staff do governador. Em Campina, a ordem é dificultar a elasticidade da maioria.
É uma questão matemática porque ele sabe que no seu melhor momento, quando saiu da Prefeitura de João Pessoa surfando em alta aprovação e sem desgaste político, a Capital lhe deu 75 mil votos de maioria e 59% dos votos no primeiro turno. Na melhor das hipóteses, trabalhará para repetir essa dose, o que convenhamos, não será fácil. É preciso equilibrar as maiorias em João Pessoa e na Rainha da Borborema.
Nessa circunstância, Ricardo carece de um vice com raízes em Campina. Esse nome seria o próprio vice-governador Rômulo Gouveia, que resiste até as últimas calorias por enxergar nesse pleito a hora de alçar autonomia. Fala-se em Buega Gadelha, empresário respeitado, mas longe de carregar em si o apelo do campinismo.
Até o dia 30, Coutinho e seus conselheiros vão quebrar a cabeça para encontrar uma fórmula: ou de convencer Rômulo ou de obrar o milagre de achar alguém que mexa com a sensibilidade do campinense, povo da maior auto-estima do mundo.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 11/06/2014 (quarta-feira).
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