João Pessoa, 08 de abril de 2019 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Leite, ovo, soja, trigo, amendoim e castanhas. Ingredientes para uma receita de bolo? Até poderia ser, mas esses itens, juntamente com peixes e frutos do mar, estão entre os alimentos que mais causam reações alérgicas nas pessoas. Para orientar a população sobre o tema e desconstruir mitos, o Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC-UFCG), da Universidade Federal de Campina Grande e vinculado à Rede Ebserh, vai montar uma tenda, no dia 13 de abril, na Praça da Bandeira, em Campina Grade. A atividade ocorrerá das 9h às 12h30, encerrando a programação local da Semana Mundial da Alergia.
Segundo a alergista e imunologista Catherine Martins, alergia alimentar é uma resposta exagerada do organismo a determinadas proteínas presentes nos alimentos. No Brasil, estima-se que cerca de 8% das crianças com até 2 anos de idade e 2% dos adultos sofram de algum tipo de alergia alimentar. O assunto é tão sério que já está sendo considerado um problema global.
“As reações podem ser leves, como uma simples coceira nos lábios, e até mais graves, como a anafilaxia, que inclui o comprometimento de vários órgãos e potencial risco de óbitos. É considerado um problema de saúde pública e está aumentando em todo o mundo, sendo considerada a epidemia do século 21”, explicou a especialista do HUAC, acrescentando que mais de 170 alimentos são considerados potencialmente alergênicos.
Na ação que será realizada na Praça da Bandeira, médicos alergologistas do Hospital Universitário, estudantes de Medicina e outros profissionais da saúde que trabalham na área vão orientar a população sobre o que é alergia alimentar, sintomas, diagnósticos, avanços no tratamento e mitos.
“Além disso, a comunidade também vai aprender o que é reatividade cruzada de alimentos, risco de reação por contaminação de alimentos com proteínas alimentares e como ler um rótulo de alimento. Será feito ainda, junto à comunidade, uma receita de bolo sem leite e ovo. Toda a população, principalmente pais e portadores de alguma alergia alimentar, está convidada a se vestir de azul e comparecer ao local para apoiar a causa”, afirmou Catherine Martins.
Ela destacou que a alergia alimentar tem impacto forte na qualidade de vida das pessoas alérgicas e de suas famílias. “É um problema de saúde pública significativo e um encargo financeiro considerável para os indivíduos e famílias afetados que necessitam de cuidados médicos contínuos”. Em crianças, os alimentos que mais causam alergias são leite e ovo. Em adultos, camarão e amendoim.
Iniciativa da World Allergy Organization (Organização Mundial de Alergia- WAO na sigla em inglês), a Semana Mundial da Alergia ocorre de 7 a 13 de abril com o objetivo de conscientizar sobre diagnóstico, tratamento e prevenção das diversas formas de alergias. No Brasil, a campanha leva a assinatura da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). Este ano, o tema central é “Alergia Alimentar: Um Problema Global”.
Em Campina Grande, além da ação na Praça da Bandeira, que ocorrerá no sábado, haverá um workshop para estudantes de Medicina, no dia 8, e distribuição de material educativo entre usuários do Sistema Único de Saúde (dia 9). A atividade tem o apoio da Asbai — Regional Paraíba e contará com a participação de médicos alergistas e acadêmicos de Medicina da UFCG e da Facisa, além da Liga de Alergia e imunologia de Campina Grande.
SOBRE A EBSERH – Desde dezembro de 2015, o HUAC-UFCG é filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal que administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
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