João Pessoa, 28 de março de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Coube ontem ao presidente do PT da Paraíba, Charlinton Machado, acabar com o lenga lenga que paira em torno do Blocão (PP, PT e PSC) e admitir, publicamente, o estado vegetativo do agrupamento político fundado com o respeitável propósito de oferecer uma candidatura alternativa à Paraíba.
Talvez cansado do teatro encenado para manter a peça em cartaz, Charlinton deu o braço a torcer ao confirmar o que já está mais do que claro: o Blocão morreu de inanição. O que resta dele é a formalidade da pré-candidatura da ex-deputada Nadja Palitot, pastorando o posto até a iminente aliança com o PMDB.
Machado reconheceu que o Blocão perdeu forças. Por mais que se maquie a realidade, cada uma das legendas “seguiu para um lado diferente”, como bem disse o dirigente petista. Charlinton fala, nesse caso, dos rumos do PP e PSC, ambos em negociação nos bastidores com a pré-candidatura do senador Cássio Cunha Lima.
Pela primeira vez, o representante do PT atribuiu esse desmanche ao descumprimento de prazos da parte do PP, do ex-ministro e deputado Aguinaldo Ribeiro. Foi o PP o único partido do bloco que contrariou os prazos e entendimentos internos e não lançou pré-candidato para avaliações.
Na prática, na sua autocrítica e alfinetada de leve no PP, o petista terminou – talvez até involuntariamente – reconhecendo um cenário que obriga a retirada da candidatura própria, ainda viva por uma questão de discurso, e conseqüente formalização de coligação com o PMDB, mais uma vez.
Na verdade, não é esse o sonho de consumo da ala majoritária, mas é o que sobrará ao partido diante do atual quadro. Ou o PT atropelaria a lógica e teria coragem de lançar uma candidatura solo, sem perspectivas claras de atrair outras legendas para uma aliança? Claro que não. Dobrar-se-á ao pragmatismo para se livrar do isolamento.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 28/03/2014 (sexta-feira).
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