João Pessoa, 23 de fevereiro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Prestes a perder seu mais forte aliado político, o governador Ricardo Coutinho não esboça sinais de abatimento e nem fragilidade. Quem conversa com ele, seja em entrevistas ou no contato pessoal, assiste a um Ricardo desassombrado. Nem parece estar no epicentro de uma perigosa e imprevisível crise política.
E o que leva o governador a manter-ser de espinha ereta, mesmo sofrendo a desidratação da iminente perda de uma liderança do quilate e tamanho de um Cássio Cunha Lima, tido e havido como o principal fiador de sua vitoriosa campanha em 2010? As linhas do discurso de Ricardo dão algumas pistas.
Pela repetição e insistência, o socialista confia no cabedal de obras – pulverizadas em várias regiões do Estado – e no volume de investimentos que conseguiu atrair como o estandarte capaz de lhe diferenciar dos antecessores, inclusive Cássio. É o tal do comparativo pronto para ser deflagrado na campanha.
No campo político, Ricardo, vide o habilidoso e capaz secretário Luís Tôrres, startou organizada estratégia de comunicação com o nítido objetivo de solidificar a percepção de que Cássio está deixando a aliança isoladamente sem sensibilizar e levar históricos aliados, tipo Rômulo Gouveia, Manoel Ludgério e etc.
Hábil, o governador também avançou noutra ponta. Por enquanto, mantém plantado nos jardins da Granja Santana quase todos os partidos da coligação de sua eleição passada, ao tempo em que abre diálogo e negociações com legendas situadas no bloco da oposição. Trabalha para ostentar bom tempo de palanque eletrônico.
Por essas e outras, os adversários não podem nem pensar em subestimá-lo. Aliás, em situações piores ele já demonstrou seu enorme potencial de superação. Com um governo na mão, então…
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 21/02/2014 (sexta-feira).
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