João Pessoa, 15 de agosto de 2019 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
É frequente ouvir por aí a queixa de uma noite mal dormida, não é mesmo? De acordo com pesquisa da empresa de tecnologia Royal Philips, mais de 1/3 da população do Brasil sofre com insônia. E muitas vezes, a causa desse problema que atinge 73 milhões de brasileiros está na alimentação. Segundo o professor do curso de Nutrição da Unifacisa, Caio Victor, uma dieta com déficit de nutrientes e fitoquímicos afeta diretamente a qualidade do sono e uma sequência de noites mal dormidas desperta a vontade de alimentos gordurosos e açucarados. Ou seja, um círculo vicioso altamente prejudicial à saúde e à qualidade de vida.
“A dieta não possui apenas o objetivo de emagrecer ou ganhar massa muscular, mas também melhorar outros aspectos da saúde, como humor, controle da ansiedade e qualidade no sono. Mudar a qualidade das horas dormidas por meio de intervenção e estratégias dietéticas é algo totalmente possível, mas que a maioria das pessoas desconhece”, diz Caio.
Segundo Caio, a relação entre alimentação e sono é estreita e deve ser tratada com atenção. “Ao dormir mal, as pessoas tendem a sentir mais fome e escolher ao longo do dia alimentos com alta densidade calórica e baixo valor nutricional. E comendo mal, o sono deixa de ser reparador, aumentando a sensibilidade das pessoas a alguns hormônios do estresse como o cortisol e adrenalina. Sem contar a alteração no sistema imunológico e a tendência a contrair resfriados, gripes, entre outras infecções”.
O horário escolhido para as refeições também afeta diretamente a qualidade do sono, explica Caio. “A recomendação é que refeições de difícil digestão e volumosas sejam evitadas à noite. Além disso, não é indicado inserir alimentos e bebidas com efeito estimulante”, explica.
Para restabelecer as noites de sono reparador, o nutricionista frisa a importância do acompanhamento dietético e destaca alguns alimentos com propriedades calmantes. “A intervenção nutricional é essencial, pois controlar a dieta em termos calóricos e regular a quantidade e tipo de proteínas, gorduras e carboidratos consumidos ajuda a melhorar a qualidade do sono. Também são indicados o uso de alimentos, suplementos e fitoterápicos como chás de erva cidreira, camomila, valeriana e produtos derivados do maracujá”, completa Caio.
OPINIÃO - 22/11/2024