João Pessoa, 02 de dezembro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Já disse e volto a repetir aqui, o atual governo tem iniciativas importantes, cujos resultados podem ser observados nos números que revelam a contenção da curva ascendente de homicídios na Paraíba, que oscilou pra cima nos últimos dez anos, segundo atestou pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande.
Ou seja, no macro e no quesito do chamado CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais), o Estado vai pelo menos impedindo o crescimento registrado na última década. Mas é no micro que a coisa vai beirando ao descontrole, pelo menos em João Pessoa, capital do Estado.
Os assaltos a mão armada voltaram com toda força. Os depoimentos são abundantes. Testemunhos insuspeitos chegados à Coluna, incluindo de uma moradora dos Bancários, pintam o quadro de medo gerado pela ação repetida e acintosa de quem assalta, ironicamente, com a segurança de que age sem risco de captura.
Na José Florentino de Andrade, quarta-feira passada, um dos primeiros moradores da rua foi abordado na porta de casa, obrigado a deitar no chão, entregar carteira e apanhar na despedida. Na mesma rua, anteontem, um músico chegava ao prédio e as boas vindas foram dadas por um marginal com faca no seu pescoço. Três dias antes, a padaria da esquina, na principal do bairro, foi assaltada pela enésima vez.
No Bessa, os bandidos adotaram uma fórmula de assalto também em frente aos prédios. “Fica uma pessoa na bicicleta olhando a movimentação da rua. Avisa a outro de moto que vem e assalta”, relatou leitora da Coluna. Pra piorar; nesses e noutros casos, descrente em solução policial muitas vítimas nem registram a ocorrência.
O governo deve despertar para essa realidade e seus efeitos políticos, porque, na prática, de nada valem as estatísticas oficias para quem teme sair de casa cada vez que lembra o assalto na porta de casa, na rua ou na padaria da esquina.
Balanço – A Secom divulgou os investimentos na Segurança. “Cresceram 51,03% em três anos. Os valores empenhados na pasta subiram de R$ 562 mi em 2009 para 849 mi apenas nos onze primeiros meses deste ano.
Efeitos – “Mas a Paraíba não é uma ilha e sofre com os reflexos da escalada da criminalidade no país inteiro”, disse o governador Ricardo Coutinho, ressaltando contratação de 1.170 policiais, viaturas e armas, além dos reajustes.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 1º/12/2013.
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