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ADIADA

Vereador protesta e matéria polêmica de Cartaxo é retirada de pauta na CMJP

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publicado em 16/04/2013 ás 13h28

O vereador Lucas de Brito (DEM) questionou, durante a sessão desta terça-feira (16) na Câmara Municipal de João Pessoa, a votação de uma mensagem encaminhada pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, que perdoa dívidas dos cartórios da cidade. As dívidas resultam da cobrança
retroativa do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN), conforme estabelecido pela Lei Complementar Federal nº 116, de 31 de
julho de 2003.

O parlamentar argumentou que o texto não havia tramitado nas comissões da Casa de forma regimental, e a Mesa Diretora decidiu adiar a votação
para esta quarta-feira (17). O Projeto de Lei Complementar enviado pelo prefeito alterando o Código Tributário passou rapidamente pela Comissão
de Finanças, e o parecer do relator não estava pronto, inviabilizando a votação.

“Nós levantamos a questão de que o próprio Regimento prevê a necessidade de incluir qualquer projeto na ordem do dia 24 horas antes
de levar a discussão ao plenário. Não houve essa inclusão com antecedência, e, portanto, o próprio Presidente resolveu adiar a
votação para amanhã”, explica Lucas.

Apesar do adiamento, o vereador informou que ficará atento à votação do projeto que, segundo ele, fere a Lei de Responsabilidade Fiscal. “O
artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal prevê que qualquer projeto de renúncia de receita por parte do município e qualquer ente federado
precisa estar acompanhado do impacto orçamentário e financeiro que essa renúncia vai gerar aos cofres públicos”, acrescenta.

Lucas de Brito alerta que a Prefeitura de João Pessoa está abrindo mão de milhões de reais em favor dos cartórios, perdoando 100% dos juros e
multas devidas, bem como reduzindo em 30% a base de cálculo que vai incidir o imposto sobre serviço. “A prefeitura ganhou o direito de
cobrar esse tributo através de uma luta judicial de muitos anos. Não é possível que, agora, o prefeito Luciano Cartaxo resolva abrir mão
desses recursos, que não pertencem ao prefeito, nem aos vereadores, mas ao povo de João Pessoa”.

Segundo o vereador, desde janeiro de 2004, os municípios brasileiros passaram a poder exigir o imposto dos tabeliães e oficiais de registro.
Contudo, o prefeito Luciano Cartaxo celebrou um acordo com os cartórios, parcelando a dívida em 96 meses, isentando multas e juros, bem como
reduzindo em 30% a base de cálculo do tributo.

Assessoria do parlamentar