João Pessoa, 23 de outubro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O senador Cássio Cunha Lima vive hoje num céu de brigadeiro se compararmos a atual fase política com o inferno astral enfrentado de 2003 até 2009, quando teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral. Enquanto esteve à frente do governo, o tucano não contabilizou um segundo de paz sequer.
Fora do Executivo, saboreia um momento ímpar na sua trajetória política mais recente. Em Brasília, discute os grandes temas nacionais. No PSDB, é um articulador requisitado e figura que desfruta da amizade e convivência pessoal do presidenciável Aécio Neves. Na Paraíba, blindado por governo e oposição.
A suavidade dos bons ventos começa silenciosamente a passar pela metamorfose do tempo e a dar lugar aos tornados, cada vez que o calendário de 2013 vai tragando os meses e se aproximando da virada para a aurora do processo eleitoral. Experiente, Cássio sabe que sua imunidade tem prazo de validade.
A trégua já está perto do fim. Recentemente, ele foi alvo de ataques do PT nacional verbalizados pelo deputado Ricardo Berzoini, que criticou o pagamento, com verba do gabinete do Senado, de jantar aos convidados de homenagem ao poeta Ronaldo Cunha Lima. Na crítica, Berzoini ressuscitou a cassação do então governador.
Discretamente, adversários locais vão exumando os processos eleitorais de 2006 para conter o frisson causado pelas especulações de uma eventual candidatura. Se sem dizer uma única palavra sobre suas pretensões para 2014 já é acossado, Cássio deve calcular, por intuição, os açoites preparados pelos seus contendores, caso decida sair da zona de conforto e entrar no caldeirão do “vale tudo” da política paraibana.
*Artigo publicado na Coluna do Correio da Paraíba, edição do dia 23/10/2013 (quarta-feira).
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
HORA NA TV MANAÍRA - 26/11/2024