João Pessoa, 02 de outubro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Foi seríssima a denúncia verbalizada pelo deputado Luiz Couto do alto da imponente tribuna da Câmara Federal. Como se sabe e a imprensa explorou ontem, o petista denunciou uma trama para tirar a sua e a vida da ouvidora Valdênia Paulino. Dinheiro para pagamento dos pistoleiros teria sido transportado por um agente numa viatura da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado. Coisa de arrepiar.
O parlamentar citou textualmente o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública como a origem oficial do alerta aos agentes da Polícia Federal, responsáveis por sua segurança pessoal, sobre o macabro plano de execução e até a identidade do autor da encomenda do crime, o ex-policial Luiz Quintino.
Luiz Couto envolveu o governo duplamente. Primeiro, por colocar em xeque a credibilidade e honorabilidade do secretário Walber Virgolino, destacado auxiliar da gestão socialista, insinuando conivência ou omissão no suposto uso de um carro oficial para a ventilada operação fora-da-lei. Segundo, por expor a Secretaria de Segurança Pública como fonte da denúncia.
As graves insinuações obrigaram o governo, por meio da Secretaria de Comunicação, a publicar nota. A Secom negou a informação envolvendo a Secretaria de Segurança. Como era de se esperar, anunciou que a Administração Penitenciária abriu sindicância para apurar o denunciado uso de viatura da pasta.
Se a pesada denúncia criou ambiente extremamente desconfortável ao governo, por razões mais do que óbvias, a serena e enérgica posição oficial do Estado, por outro lado, também deixou o parlamentar de calças muito curtas, porque desmentiu e desconstruiu parte de sua versão. Só numa consulta celestial será possível desvendar quem, no confessionário, vestiu a saia mais justa: o governo ou o padre?
*Artigo publicado na coluna do Correio, edição do dia 02/10/2013 (quarta-feira).
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OPINIÃO - 22/11/2024