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Profissionais de saúde alertam sobre falta de material médico

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publicado em 30/01/2020 ás 14h02
Coronavírus - Foto: Reprodução

Enquanto as chancelarias internacionais preparam pontes aéreas para a retirada de cidadãos de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, as autoridades de Hubei, província a que pertence a cidade de 11 milhões de habitantes, apontam a “grave escassez” de material médico para os atendimentos.

De Pequim, uma mensagem do presidente Xi Jinping diz que quem não cumprir as instruções centrais para o combate à pneumonia viral será punido. Em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV, o governador da província de Hubei, Wang Xiaodong, apontou dificuldades das equipes médicas por conta da rápida progressão do coronavírus.

De acordo com as autoridades chinesas, cerca de 60% dos mais de 7,7 mil casos de infeção até agora confirmados foram registrados na província de Hubei, onde ocorreram 162 das 170 mortes.

Já em Huanggang, cidade com 7,5 milhões de habitantes, localizada a 76 quilômetros de Wuhan, foram confirmados 496 casos de infeção pelo coronavírus. Deste total, 12 morreram.

De acordo com a CCTV, um profissional de saúde de Huanggang deixou um alerta: o material médico do principal hospital da cidade será suficiente para apenas uma jornada de trabalho.

“Não podemos receber doentes sem máscaras e roupas de proteção. Estão quase esgotados e não temos como comprar. Alguns dos nossos médicos estão usando capas de chuva e sacos de lixo descartáveis para se protegerem”, disse.

De acordo com o Ministério da Indústria e Tecnologia de Informação chinês, a escassez de máscaras se deve ao aumento da procura, mas o país já está produzindo 8 milhões de unidades a cada dia. A China produz aproximadamente metade das máscaras comercializadas mundialmente.

Em meio às dificuldades decorrentes da falta de material, o governo central chinês advertiu, por meio da Comissão Central para a Inspeção da Disciplina, que serão punidos todos aqueles que não cumprirem as instruções assinadas pelo presidente Xi Jinping, indicando que haverá consequências para situações de negligência ou de apropriação indevida de verbas ou material médico.

Nas últimas 24 horas, de acordo com o governo chinês, o coronavírus causou 38 mortes, o que constitui a mais rápida progressão desde o início da epidemia, em dezembro. Com isso, o número de pessoas infetadas aproxima-se de 7.700 apenas na China continental, número que supera as 5.327 pessoas atingidas pela epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Severa em 2002 e 2003.

Wuhan, a metrópole do centro do país onde emergiu o coronavírus, está parcialmente isolada do mundo há mais de uma semana. Por lá circulam apenas veículos considerados essenciais. O fato de as pessoas não saírem às ruas faz com que pareça uma cidade-fantasma, assim como quase toda a província de Hubei.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza hoje a segunda reunião para avaliar se o surto de coronavírus constitui emergência internacional de saúde. Na semana passada, a instituição considerou prematura essa declaração.

Outros países, além da China, já têm confirmados casos de infeção pelo novo coronavírus. São eles: Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Singapura, Vietnã, Nepal, Malásia, Índia, Filipinas, Austrália, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Finlândia e Emirados Árabes Unidos.

Agência Brasil