João Pessoa, 20 de setembro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Todos estão abaixo da Lei e o Governo do Estado não é diferente. Como ente, deve cumprir suas obrigações, respeitar a autonomia do município e se submeter aos procedimentos normais afetos à burocracia. O atual governo não pode ignorar essas regras, como vem alegando a Prefeitura de João Pessoa para embargar obras do Estado.
Mas da forma abrupta como tem agido, a gestão petista passa a impressão de retaliação no campo político e não de decisão administrativa a preservar a integridade municipal. Até aqui, a Prefeitura nunca foi a público noticiar a notificação prévia do Governo por eventual irregularidade, antes de determinar os embargos.
Se não cuidar, a administração municipal que vem surfando numa onda positiva pode inverter os pólos. Ao impedir o andamento de obras numa cidade em que se cobra tanto por ações do Governo, a começar pelo próprio PT, a gestão corre o risco de atrair antipatia e vitimizar o governador. Afinal, nenhum cidadão consciente e sóbrio, vibra, aplaude ou fica feliz por ver uma obra embargada.
Para a opinião pública, interessada no benefício, o ato soa como medida de força e as medidas de força só devem ser tomadas quando todas as alternativas de entendimento se esgotam. Quem, assim como o prefeito Luciano Cartaxo, pronuncia “diálogo” em nove de cada dez palavras não pode atropelar o próprio lema.
Por mais que seja orientado nessa direção por assessores, Cartaxo deve reconhecer que a truculência, personalizada com faixas de isolamento em áreas em estágio de obras como o entorno do Estádio Almeidão e em vias de licitação como o trevo de Mangabeira, não combina nem de longe com seu perfil arejado e democrático. A não ser que sua prática embargue seu discurso.
*Artigo publicado na coluna do Correio da Paraíba, edição do dia 20/09/2013 (sexta).
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OPINIÃO - 22/11/2024