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Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) pela Uninassau. Tem formação técnica em Rádio e TV pela FUNETEC, com atuação em veículos da Paraíba. Atua como colaborador em site de notícias nacional e também presta serviços de assessoria de comunicação.

O que é que Bolsonaro tem?

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publicado em 02/03/2020 às 09h55

“O que é que a baiana tem?”, cantava Carmen Miranda, nos Estados Unidos da América, para o mundo todo ouvir. Podemos perguntar: o que é que o Bolsonaro tem? Tem apoio do povo? Tem. Diferentemente de Fernando Collor e Dilma Rousseff, o Presidente da República tem respaldo popular e um governo que reduz diariamente o rombo na economia deixado pelos anos de corrupção do PT.

Jair Bolsonaro carimbou seu passaporte para o segundo turno com o expressivo percentual de 46% dos votos no primeiro, mesmo com escassos segundos, no tão disputado guia eleitoral. Sem as máquinas partidárias, o atual chefe do executivo foi eleito no segundo turno com pouco mais de 55% dos votos válidos. Portanto, é uma balela dizer que o país está dividido. Vivemos sim em uma sociedade polarizada, mas o presidente foi eleito com vantagem considerável e, segundo as últimas aferições dos institutos de pesquisas, segue contando com a confiança crescente da população.

Sem estrutura partidária, Bolsonaro venceu e governa. Os ministros são todos técnicos e da cota de confiança do presidente, apesar das filiações partidárias. O DEM, por exemplo, comanda pastas importantes, mas sem loteamento. Algo que era comum no desgoverno do PT, quando o MDB fez parte do consórcio. Isso tudo ainda causa indigestão no Parlamento, mal-acostumado com fatias gordas do bolo orçamentário. Meus estimados leitores, vocês sabem disso tudo. Mas é preciso recapitular os fatos.

Jair Bolsonaro foi eleito com um plano de ações claro. Os cidadãos querem segurança pública, emprego, respeito à propriedade, liberdade econômica, respeito à família e aos valores cristãos. Igualmente eleitos foram os senhores parlamentares federais. Como conciliar os interesses populares com os corporativos? Eis a questão que vai pautar o debate no legislativo em 2020. Com a pimenta das eleições municipais no meio.

O momento exige temperança. Qualquer flerte com pedido de impeachment do presidente Bolsonaro é assanhamento. Tentar enfraquecer o Governo por causa de inconformismo eleitoral é mesquinharia.

Recentemente vimos em uma mensagem da Embaixada da Espanha, no Twitter, o relato da visita institucional do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, àquele país ibérico. Qual é o problema na missão? Uma das pautas foi a discussão sobre o parlamentarismo, como sabemos é o regime espanhol, casado com uma monarquia. Maia quer ser oficializado primeiro-ministro? Quem será o Rei?

Paralelamente, vimos com espanto o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ferrenho opositor do Presidente Bolsonaro, gravar um vídeo em defesa do veto presidencial. Ainda estamos no presidencialismo. Momento estranho o atual.

Ademais, nossas instituições seguem resilientes diante da oratória cada vez mais aguda. Recordo Ulysses Guimarães que disse mais ou menos assim: o que coloca medo nos políticos é o povo na rua. Diante das circunstâncias da atual conjuntura política, penso que os apoiadores do presidente Bolsonaro tem o dever de sair às ruas e respaldar o Governo. Nenhum integrante dos três poderes pode estar imune às críticas. Só vale manifestação contra o chefe do Executivo? Os representantes do Judiciário e do Legislativo formam uma casta superior? Alguns pensam que sim. Respeitando a ordem e o Estado Democrático de Direito, toda e qualquer manifestação tem no seu DNA o avanço da cidadania.

Anseio que o Governo Bolsonaro avance com a sua agenda e conte com o apoio dos outros poderes da República. Nosso país não pode ficar à mercê de grupos e de interesses não republicanos. Que os chefes dos poderes da República tenham mais amor ao Brasil. Só isso basta.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB