João Pessoa, 03 de setembro de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Político que se preza não fica refém de um plano. Na manga, é sempre previdente guardar outras cartas. E isso os tucanos defensores do fim da aliança com o governador Ricardo Coutinho estão fazendo, antecipadamente, em caso da tese de postulação de Cássio Cunha Lima não vingar, por conveniência pessoal do senador ou inviabilidade jurídica.
A olho nu, o PSDB paraibano só tem dois caminhos: lançar candidatura própria com Cássio na cabeça ou renovar a parceria vitoriosa de 2010 com o PSB. Essas são as correntes em debate no público. Só que no privado há uma terceira estratégia de sobrevivência trabalhada pela ala cicerista para anular a segunda hipótese.
Se Cássio não for candidato, Cícero vai pregar junto à direção nacional do PSDB o direito natural de disputar a reeleição sem ser obrigado a subir no palanque e votar em Ricardo Coutinho, seu desafeto político e pessoal de longas datas. E o que quer o ‘caboclinho’? A liberdade de poder fazer, nesse cenário, uma composição com Veneziano Vital e o PMDB, garantindo a vaga de senador na chapa para ele próprio.
Se o mesmo espaço o PSDB pode ter na chapa com Ricardo, qual argumento Cícero conta para sensibilizar a cúpula nacional? O precedente de 2010, quando declinou de sua candidatura e recebeu como consolo uma das coordenadorias da campanha de Serra à Presidência da República.
Sem candidatura própria ao governo, Lucena cobrará do colega senador e do partido a mesma cota de sacrifício. Por esse ângulo e desejo, Cássio poderia até não disputar, iria igualmente para a coordenação da campanha de Aécio, mas retribuiria a Cícero o direito de conduzir a aliança tucana da sua conveniência, tal qual o clã Cunha Lima pôde fazer em 2010. Seria a lei da reciprocidade.
*Artigo publicado na coluna do Correio da Paraíba, edição do dia 03/09/2013 (terça-feira).
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OPINIÃO - 22/11/2024