João Pessoa, 26 de abril de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Integrante da base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara Federal, a deputada Alê Silva (PSL-MG) defendeu, em entrevista exclusiva ao Portal MaisPB, que é necessária a “colaboração de todos” para que o Governo Federal possa realizar ações e trabalhos conjuntos.
“Elegemos um presidente que não é uma pessoa perfeita, como todos nós não somos. Mas que foi eleito com mais de 57 milhões de votos. Não roubou e não matou. Ele precisa trabalhar e para trabalhar precisa da colaboração de todos. Toda crise política acaba desaguando numa crise econômica e quem sente os piores efeitos desta crise é a população mais vulnerável, o que todos nós temos o dever de evitar”, avalia.
A parlamentar reconheceu, ainda, que houve uma queda nas expectativas de retomada econômica no país, inclusive, segundo ela, afetada pela crise do novo coronavírus. Por isso, saiu em defesa de que governadores encerrem os decretos que estabelecem isolamento social.
Confira a entrevista completa:
Qual avaliação que a senhora faz do atual momento do país?
Um momento delicado. Eis que estávamos nos recuperando de uma crise econômica que se instaurou em 2015, quando as nossas contas públicas alcançaram déficts fiscais consideráveis. Em 2019 conseguimos reduzir esse déficit em pelo menos 22 bilhões de reais. O PIB, apesar de baixo, tinha se apresentado com uma maior participação privada e já tínhamos conseguido baixar as taxas de juros. Porém, veio esse novo vírus e derrubou todas as nossas boas expectativas. Com o Governo Federal se vendo obrigado a injetar mais dinheiro na economia, principalmente através das políticas públicas de saúde e de amparo a população mais carente, bem como diferindo os tributos federais, está havendo a necessidade de um endividamento maior da União, o que pode nos trazer drásticas consequências.
Quais possíveis erros a senhora aponta nesse momento?
Os erros de cálculos com relação às possíveis curvas de contaminação do Covid-19. Foram tomadas todas as medidas e feitos todos os investimentos com base em estatísticas equivocadas que foram levantadas pela OMS. Os Governadores de vários Estados e Prefeitos de várias cidades também erraram em decretar quarentenas sem qualquer estudo local mais aprofundado e também por um tempo muito maior do que o necessário reduzindo boa parte da população à sua extrema necessidade.
Quais seriam as soluções imediatas?
A revisão imediata dos decretos de isolamentos sociais e a retomada da produtividade.
Quais as consequências da crise política existente no Brasil?
Não temos tempo a perder com qualquer crise política. Temos que ter maturidade, esquecer os nossos projetos pessoais e mais do que nunca pensar no bem estar geral e isso só será possível através da governabilidade deste país. Elegemos um Presidente que não é uma pessoa perfeita, como todos nós não somos. Mas que foi eleito com mais de 57 milhões de votos. Não roubou e não matou. Tem a melhor equipe econômica que um Chefe de Estado poderia pensar em ter. Ele precisa trabalhar e para trabalhar precisa da colaboração de todos. Toda crise política acaba desaguando numa crise econômica e quem sente os piores efeitos desta crise é a população mais vulnerável, o que todos nós temos o dever de evitar.
Qual a expectativa de futuro?
Como a economia mundial foi atingida de uma forma geral, as nossas expectativas nem teriam como ser as melhores. Porém, o Brasil como é um país emergente, as questões econômicas são mais sensíveis. Como dito acima, está havendo um grande investimento de recursos por parte do governo federal junto ao mercado, o que aumenta a sua liquidez. Isso até não seria tão preocupante se estivéssemos produzindo. Uma linha acentuada de investimentos públicos, com uma linha retraída de produção, pode provocar índices elevados de inflação. A arrecadação, que já não dava conta de pagar todas as despesas primárias desde 2015, também caiu drasticamente. Vamos precisar de um esforço mútuo de toda a sociedade, principalmente de toda a classe política, para evitarmos um colapso na economia. De nada vai adiantar tantos e tantos auxílios emergenciais se daqui a algum tempo tudo isso estará corroído pela inflação, recessão e desemprego. É hora de esquecermos as nossas vaidades e pensar no bem maior, que é o nosso país a ser reconstruído.
Wallison Bezerra – MaisPB
OPINIÃO - 26/11/2024