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CORONAVÍRUS

Colômbia militariza fronteira com Brasil e Peru contra Covid

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publicado em 14/05/2020 ás 06h24
atualizado em 14/05/2020 ás 06h25
Presidente da Colômbia, Iván Duque (Foto: divulgação/Presidência da Colômbia)

O presidente da Colômbia, Iván Duque, decidiu reforçar a presença militar nas fronteiras para evitar um aumento no contágio pelo novo coronavírus na região. O estado colombiano do Amazonas, fronteiriço com Peru e Brasil, é o mais atingido pela doença no país. A principal preocupação é a contaminação por populações flutuantes, aquelas que transitam de um país para o outro em zonas de fronteira.

A Colômbia tem, até o momento, mais de 12 mil casos confirmados de contaminação pela Covid -19 e 493 mortes. O Brasil registra mais de 178 mil casos e 12.461 mortes, e o Peru, mais de 72 mil casos e 2.057 mortes.

Na Colômbia, a população está em isolamento desde 24 de março, duas semanas após a detecção do primeiro caso de covid- 9 no país. O estado do Amazonas, com maioria de população pobre e indígena, tem a maior taxa de infecção per capita na Colômbia, com 94 pessoas contaminadas para cada 10.000 habitantes.

Duque afirmou que, além do reforço militar nas fronteiras, é preciso endurecer as medidas de isolamento preventivo obrigatório e a exigência de medidas como uso de máscaras e distanciamento social pela população que vive na fronteira.

“Foi tomada a decisão de militarizar com mais presença todos os pontos de fronteira e exercer o devido controle, para evitar que cheguem casos de populações flutuantes”, disse Duque.

Sistema prisional

O estado colombiano do Amazonas, cuja capital é Leticia, enfrenta ainda outro problema: mais da metade dos reclusos no presídio da cidade foi infectada. São pelo menos 90 casos confirmados entre os 181 privados de liberdade. A prisão, superlotada, tem capacidade para 118 pessoas.

Em Leticia, onde vivem mais de 76 mil pessoas, há apenas um hospital público, sem unidades de terapia intensiva.

Após reunião com o governador do estado do Amazonas, Jesús Galdino, e com o prefeito de Leticia, Jorge Luís Mendoza, Duque reconheceu que o presídio se tornou um foco de contágio e afirmou que foram determinadas “medidas especiais de contenção diante da situação prisional. Estamos trabalhando com todas as recomendações epidemiológicas para reduzir as consequências da pandemia”.

O presidente disse ainda que a capacidade hospitalar do Amazonas será ampliada com o aproveitamento da infraestrutura hoteleira da região, além de recursos do Ministério da Saúde colombiano. Ontem (12), um avião Hércules C-130 da Força Aérea foi enviado para a região com 17 profissionais de saúde, entre médicos, bacteriologistas e enfermeiros, e agentes da Defesa Civil para fortalecer o atendimento na região.

O governo informou ainda que foram enviados testes e máquinas de detecção de covid-19, além de drones de nebulização térmica para fazer a desinfecção de locais.

O ministro da Saúde, Fernando Ruiz, informou que 55 mil máscaras serão distribuídas para a população do Amazonas e anunciou que destinará 14 bilhões de pesos colombianos (cerca de R$ 21 milhões) para o hospital de Leticia. Os recursos serão liberados nas primeiras semanas de junho.

Além disso, serão distribuídas 4 mil cestas básicas para as famílias do estado.

Brasil

No dia 19 de março, o governo brasileiro publicou uma portaria restringindo a entrada de estrangeiros pelas fronteiras com países sul-americanos, para evitar a contaminação e a disseminação do novo coronavírus. A restrição incluía o Suriname, a Guiana Francesa, a Guiana, a Colômbia, a Bolívia, o Peru, o Paraguai e a Argentina. A medida foi recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em nota técnica elaborada pela equipe do órgão.

No último domingo (10), o Ministério da Defesa brasileiro emitiu nota detalhando as atividades da Operação Covid-19, ativada desde 20 de março para o planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus.

“No sábado [9], uma aeronave C-105 da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Manaus com destino ao município de São Gabriel da Cachoeira, a mais de 800 quilômetros da capital amazonense, transportando 20 cilindros de oxigênio para apoiar o tratamento dos pacientes da localidade. Neste domingo [10], mais 50 cilindros chegaram ao município, situado no extremo norte do país, próximo à fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela”, informa o texto.

Agência Brasil