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O Grupo de Atuação Especial de Combate Contra o Crime Organizado (GAECO) apresentou, no dia 3o de abril, mais uma denúncia contra o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) no âmbito da Operação Calvário. Com essa, já são quatro acusações oficiais do Ministério Público da Paraíba (MPPB) contra o socialista.
De acordo om as investigações, Ricardo teria exigido vantagem ilícita enquanto foi governador do estado para viabilizar a utilização do Laboratório Industrial Farmacêutico do Estado da Paraíba (LIFESA) como instrumento de ganho de si e dos demais denunciados.
“Através do ingresso do então Governador do Estado da Paraíba – RICARDO VIEIRA COUTINHO – na qualidade de sócio oculto do LIFESA, a ORCRIM planejou inteligentemente a reestruturação do laboratório, com ludibriamento de parte do corpo gestor através de um falacioso plano de investimento, além de reversão de grande volume de dinheiro público para o aparelhamento do laboratório com o fito de EXCLUSIVAMENTE trazer lucro privado aos denunciados”, diz um trecho da peça.
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A esposa de Ricardo e ex-secretária de Finanças do Estado, Amanda Rodrigues também foi denunciada. De acordo com o MPPB, Amanda “AUXILIOU a OCULTAÇÃO da ORIGEM, MOVIMENTAÇÃO e PROPRIEDADE de direitos e valores inseridos na TROY SP e no LIFESA, provenientes, direta ou indiretamente, de infrações penais cometidas reiteradamente”
Também foram denunciados Coriolano Coutinho, Daniel Gomes (ex-chefe da Cruz Vermelha), Gilberto Carneiro (ex-procurador-geral do Estado) e Waldson de Souza (ex-secretário de Saúde), além de Aluísio Freitas de Mendes Júnior e Maurício Rocha Alves.
O Ministério Publico requereu à Justiça a perda de função pública ou cargos dos denunciados e a reparação de R$ 250 mil, montante referente as propinas efetivamente pagas, consubstanciadas no valor despendido para aquisição das ações do LIFESA pela TROYSP, cuja origem é comprovadamente ilícita.
Nota oficial de Ricardo Coutinho
Ultimamente venho sendo vítima de diversas ameaças e até de extorsão. Quero agradecer o excelente trabalho da Polícia Civil da Paraíba, que prontamente atendeu à minha denúncia e prendeu a pessoa que estava colocando a minha vida e da minha família em risco.
Essa não é a primeira vez que sou vítima desse tipo de banditismo. No ano passado, meu escritório foi arrombado em busca de algo que não eram objetos de valor. O Memorial sobre o meu governo, criado na Fundação Casa José Américo, foi invadido e projetos e arquivos foram destruídos ou roubados. E o sítio de minha família em Bananeiras recentemente também foi saqueado.
Essas ações acontecem num contexto de clara perseguição contra mim e o que eu represento para o povo e para a história política da Paraíba. O Ministério Público da Paraíba apresenta seguidas denúncias contra mim e meus familiares sem que uma única prova concreta de corrupção ou de enriquecimento ilícito tenha sido apresentada. Na ausência de provas, investem na destruição da minha reputação, atraindo sobre mim o interesse de criminosos verdadeiros.
É urgente que o Ministério Público reveja sua atuação e cumpra seu papel constitucional, pois Justiça deve ser feita nos autos e com provas, e não em busca de audiência espetacularizada na população.
Ricardo Coutinho
Ex-governador da Paraíba
MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024