João Pessoa, 09 de junho de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Sossegai ou sossega aí. Não vou dedicar este espaço aos comentários sobre a mulher, que apertou um numero do elevador de seu prédio em Recife, e deixou que um menino subisse sozinho e do alto, caiu. Quem é pai e mãe, sabe que a mulher errou, negligenciou, fez uma merda que não tem como consertar.
Move-me o discurso da paz. Nunca o das redes sociais, que detonam a mulher, onde criaram vários perfis falsos com o nome dela, para destilar ódio. Nem tudo é culpa da pandemia. Isso é crime, de acordo com o qual não apenas vivemos na melhor das nossas vidas impossíveis num país milagreiro, com quase 600 anos, que ainda se arrasta nessa pandemia. Pra frente Brasil, sequer, salve a seleção. A escravidão está batendo na porta da loucura.
Embora tenda a desenvolver maior apego pela delicadeza, com pernadas conscientes e pelas lições de física experimental, não deixo de me comover com certas coisas que andam acontecendo no mundo. Eu escuto a música Miles Davis. Cada vez mais o trompetista me leva para longe daqui, algo assim como uma maneira de ser acalentado pela melodia. o cronista Gonzaga Rodrigues disse que a gente escreve pelo olhar.
Sou otimista. Tudo vai, pelo pior e melhor, mas a legião – a grande maioria, que usa as redes o faz de uma forma perversa. Cada um que meta a sua faca, onde não é chamado, mas tudo isso me lembra a santa inquisição de todo dia. Já isolei tantas vezes meu coração…
Vejam o caso das máscaras. Todos usam máscaras? Não sei. As máscaras me lembram carrancas, maquiagens, carapuças usadas há muito, haja visto a necessidade de usá-las hoje, não só por causa do vírus, mas pela forma encontrada de mostrar que estão vivos, embora mascarados.
O caso do menino do Rio Beberibe, se posso pensar assim, chocou o pais, mas o noticiário ainda é o Covid 19, que não cessa. Esse sim, tem devastado a humanidade que espera trancada por uma vacina. Menino não usa máscara. Menino tem cara limpa.
Fiz uma postagem no Instagram afirmando que a mulher não matou o menino, mas seu gesto o conduziu a morte e, suponho, punível com justiça. Tudo é tão cruel. A mulher que apanha ou é morta pelo marido. A mulher é uma mulher e o menino é um menino.
A mãe do menino também tem sua culpa? Ela estava trabalhando, levando um cachorro para andar na rua e deixou seu filho com a patroa, que ela confiava. Todos tão igualmente pouco confiáveis.
Desde que meu filho Vítor nasceu que eu não tiro o olho dele. Sou do tempo em que filho criado, trabalho dobrado. A mulher errou, a mãe menino também e o menino não é ninguém. Até sábado!
Kapetadas
1 – Às vezes o azul é verde e o verde é azul.
2 – Conhece-te a ti mesmo. Mas não muito.
3 – Som na caixa: “ Eu só quero que Deus me ajude, e o menino muito mais também, pois a rosa é uma flor, a flor é uma rosa e o menino não é ninguém”, Jorge Benjor
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OPINIÃO - 22/11/2024