João Pessoa, 25 de junho de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Diz o adagio popular que notícia trágica corre ligeiro. Mas rápido mesmo quem correu foi o amigo Clovis Borba, ao se antecipar em transmitir a informação sobre a morte de uma pessoa muita querida e bastante conhecida em sua comunidade.
Primeiro tomou conhecimento que a pessoa apresentava a saúde fragilizada e já prevendo a visita da indesejada, tratou de anunciar o seu passamento aos amigos através das redes sociais. Como era de se esperar, aqueles que gozavam do círculo de amizade da pessoa falecida, tomados pela surpresa e pesarosos, procuravam saber sobre local do velório e horário do sepultamento.
Como se sabe, velório em cidade interiorana é certeza de encontrar amigos que há muito não se via. Oportunidade de matar (juro que quis usar outro verbo), a saudade dos conterrâneos e até rir com os tipos pitorescos. Para políticos então, é o melhor palanque a custo zero.
Um outro amigo em comum, compungido com a notícia, mandou de logo confeccionar uma coroa de flores fúnebres e despachou para a casa da família enlutada e, como bom cristão, foi aguardar o dia seguinte, quando se daria o enterro.
Com a mesma rapidez da notícia do falecimento, Clovis Borba tratou de corrigi-la e comunicou aos quatro cantos que a pessoa ainda não tinha morrido, mas estava em estado grave no hospital.
Foi o bastante para nosso amigo em comum entrar em polvorosa e tentar cancelar a entrega da coroa de flores que já estava a caminho. Inútil tentativa. Não conseguiu falar com o despachante. Mas, o despachante no outro dia ligou dizendo não ter localizado o endereço para a entrega da coroa. Aliviado por se livrar da gafe, o amigo guardou as flores na mala do seu carro.
Dois dias depois a morte se confirmou e a coroa saiu do porta-malas direto para a sepultura. Se o morto gostou ou não, isso só se saberá quando o remetente o encontrar no Além.
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