João Pessoa, 22 de julho de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em qualquer estado desse continental Brasil, investimentos são prospectados com afinco pelas gestões públicas e classe política num esforço concentrado pela combinação desenvolvimento e geração de renda. Na Paraíba, não tem disso não, pode-se dizer parodiando a canção cantada pelo genial Luiz Gonzaga sobre o vizinho Ceará.
Por aqui, um empresário nativo chamado Roberto Santiago procurou o governo e fez uma proposta comercial: a troca de um terreno particular no bairro do Geisel, em João Pessoa, por outro pertencente ao Estado em Mangabeira para construir um shopping no bairro mais populoso da cidade.
O empreendimento por si só já poderia justificar a intenção e mérito da operação. Afinal, num território tão carente de oportunidades, a geração de cerca de dois mil empregos é alentadora. Muito mais quando se somava a oferta de contrapartida pela construção de novas Central e Academia de Polícia e IPC.
Na Paraíba, ao invés de estímulo e pactuação coletiva, tudo isso serviu de mote para um intenso embate político provocado por setores da oposição contrários à permuta. Foram dois anos de massacres repetidos em que o empresário/conterrâneo foi execrado pelo crime de se dispor a investir na própria terra e ainda ressarcir o erário, com obras, pelo lucro natural que viesse a obter com a transação.
CPI na Assembleia, TAC no Ministério Público, processo no Tribunal de Justiça e, por fim, chancela do TCE. Ao final, em todas as instâncias, o veredicto: a operação foi legal. Só não foi muito legal a cruz que Santiago precisou carregar, açoitado e cuspido pelo crime de teimar empreender, acreditar e apostar numa Paraíba bem maior que a pequenez do atraso: econômico e de mentalidade.
Proativa – Superada essa fase, hora da ‘boa’ oposição emergir e cobrar celeridade nas obras da Central de Polícia, equipamento que substituirá um espaço deplorável e vergonhoso ainda em funcionamento no Varadouro.
Sugestão –
Hora também de sugerir ao governo mais interação e incentivo às pequenas empresas paraibanas, na mesma proporção que a gestão socialista estimula e oferece condições à justa instalação de novos empreendimentos.
Nem uma, nem outra – “Um governo bem avaliado e uma aliança de reciprocidade e respeito desestimula qualquer rompimento e candidatura de um aliado. Hoje, nem uma e nem outra coisa acontece”. Confidência reservada de um tucano de alta plumagem da Paraíba sobre a conjuntura política atual e os reflexos para a eleição de 2014.
Pra abalar – O Cidade Alerta-Paraíba, da TV Correio/Record, com estreia marcada pra agosto, promete. Apresentado por Fabiano Gomes, campeão de audiência nas manhãs, a atração terá uma novidade que vai balançar as estruturas.
Via alternativa – Estrategistas do PT, cônscios do caminho propício a novos ventos, se movimentam para construção de uma candidatura do bloco com o PSC e PP na Paraíba. A priori, tese de aliança com o PMDB é o plano B. Ou C, ou D…
Fórmula – Pesquisas internas encomendadas por pensadores petistas apontam para um perfil a ser trabalhado daqui em diante: uma candidatura de oposição, mas com leveza, sem envolvimento em casos de corrupção e desgaste.
Oxigenação – O deputado Assis Quintans (DEM) contacta a Coluna para concordar com a leitura da iminente e nítida tendência de avassaladora renovação nos quadros legislativos no próximo ano. “As ruas dizem isso”, sentenciou.
Pra anotar – Quem ouve o desembaraço verbal e vê o carisma pessoal, chega logo a conclusão: o cargo de vice-prefeito de Campina Grande, sem nenhum demérito à função, é pequeno para o potencial de Ronaldo Filho (PSDB).
Alívio – O governador Eduardo Campos (PSB) comemora o nível da queda de popularidade após o advento dos protestos. A avaliação da sua gestão em Pernambuco caiu 9 pontos, bem abaixo da média de outros colegas.
Admitindo – “Existem sim turbulências, mas elas precisam ser resolvidas de forma madura”. Do vereador Bira Pereira (PSB) a respeito dos desencontros na relação do grupo do ex-prefeito Luciano Agra com a gestão petista.
De pé – O perspicaz repórter Écliton Monteiro (Correio Sat) pergunta ao ex-governador José Maranhão (PMDB): “O senhor ainda pensa em voltar”? Maranhão responde de peito estufado: “Eu nunca disse que deixaria a política”.
Efeito dominó – Se Maranhão confirmar a tendência e for candidato a deputado federal, o sobrinho Benjamin Maranhão (PMDB) deve disputar vaga na Assembleia. A deputada Olenka, a outra sobrinha, seria a mais prejudicada.
Em aberto – A presidenciável Marina Silva (Ex-PV), que percorre o Brasil inteiro coletando assinaturas pela viabilização do seu partido, ainda não decidiu a quem entregar o comando da Rede Sustentabilidade na Paraíba.
PINGO QUENTE – “Dá pra encher um comício de 100 mil pessoas”. Do ácido deputado Manoel Júnior (PMDB) fazendo estimativa do que ele chama de “vítimas” do governador Ricardo Coutinho.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba, edição do dia 21/07/2013 (domingo)
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OPINIÃO - 22/11/2024