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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

A mais antiga profissão do mundo

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publicado em 08/08/2020 ás 00h00
atualizado em 07/08/2020 ás 19h07

Fiquei “incrívi”, como diria uma amiga doidinha que muito prezo. É que estava relembrando a prisão de uma cafetina chamada Mary Jane Corner, tida como a mais destacada de todo Brasil nesse, como direi… setor de serviços? Lembro que foi divulgada à época uma visita profissional que a tal madame fizera a João Pessoa acompanhada de suas buliçosas meninas a fim de participarem de uma festa com autoridades.

O assunto foi esquecido sem que se soubesse quais as excelências que participaram dos regabofes. Isso é muito importante para não ter tido qualquer repercussão na Paraíba. Primeiro porque o povo, e principalmente o eleitor, tem que ter conhecimento do comportamento dos seus dirigentes. No tempo em que se amarrava cachorro com linguiça é que a vida privada dos políticos só dizia respeito a eles. Hoje em dia a sociedade cobra com razão um mínimo de decência dos seus representantes e essa festa regada a mulheres da difícil vida fácil é emblemática. Em segundo lugar, a dar crédito ao que foi divulgado à época, os “cachês” das traquinas chegaram a 30 mil reais. Quem pagou? Será que tem dinheiro público no meio dessa orgia?

Paro por aqui porque me veio à memória a história de uma professora primária que perguntou a todos os seus alunos quais as profissões de suas mães. Citaram médicas, engenheiras, dentistas… até que chegou a vez de José.

“- Minha mãe é substituta”.

A professora riu e disse que isso não era uma profissão. Em seguida pediu para que ele descrevesse o que a mãe fazia.

“- Ah, ela fica na esquina rodando uma bolsa Louis Vuitton que comprou na rua 25 de março. De vez em quando para um carro, ela entra e volta umas horas depois”.

A professora corou, engasgou, mas na sua função de ensinar teve que dizer a José que sua mãe não era substituta, era prostituta. Ele não se deu por vencido:

“- É não, tia. Prostituta é a minha irmã mais velha que viajou de férias. Mamãe está no lugar dela só este mês”.

Isso tudo me veio à memória porque ultimamente tenho identificado muitas semelhanças entre as atividades desenvolvidas pelas moças que atuam na mais antiga profissão do mundo e alguns ditos representantes do povo. E olha que não são simples substitutos.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB