João Pessoa, 17 de setembro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tenho uma filha de quase dois ano de idade e nessa faixa etária encontra-se no que se convencionou chamar de primeira infância, ou seja, de zero a seis anos. E já gosta de brincar e nós, pai e mãe, somos seus parceiros diuturnamente nas suas investidas lúdicas.
Brincar é o melhor caminho para uma educação integral. Seus benefícios para a criança incluem o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e de valores culturais, bem como a socialização e o convívio familiar. Quando uma criança brinca, ela entra em contato com suas fantasias, desejos e sentimentos, conhece a força e os limites do próprio corpo e estabelece relações de confiança com o outro. No momento em que está descobrindo o mundo, ao brincar testa suas habilidades e competências, aprende regras de convivência com outras crianças e com os adultos, desenvolve diversas linguagens e formas de expressão e amplia sua visão sobre o ambiente que a cerca. Brincando, constitui sua identidade sem se basear em um modelo único (às vezes carregado de rótulos e preconceitos), pois tem a oportunidade de experimentar as situações de maneiras diferentes daquelas vividas no mundo “real”. Tudo isso enquanto se diverte.
A brincadeira ocupa um papel decisivo nas relações entre a criança e o adulto. Apesar de o brincar ser um ato livre e espontâneo da criança, é preciso que o adulto o potencialize para que alcance resultados mais profundos. Não se trata de, apenas, “deixar brincar”, como se a espontaneidade realizasse a plenitude do brinquedo. A mediação do adulto pode prolongar o caminho trilhado pela criança. E essa função mediadora requer preparação. É preciso resgatar a dimensão lúdica do adulto, muitas vezes esquecida ou recusada. É isso que nos ensinam os que fazem parte da Rede Nacional Primeira Infância, que orgulhosamente passo a integrar como titular da 1ª Vara da Infância e Juventude da comarca de João Pessoa.
Adhailton Lacet Porto. Juiz de Direito
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