João Pessoa, 19 de setembro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
(Para Ângela Bezerra)
Eu tenho ficado mais em silêncio. Às vezes, eu canto porque o instante exige. Os que falam muito, “pelos cotovelos”, não sabem se estão certos, se são ou não o que pretendem dizer. Assim, não pensam e disparam coisa com louça, com intenções desinteressantes. Idiotas se multiplicam.
Os iludidos ou mal informados, tornam-se mínimos e as vitórias agradavelmente são dos que estudam e leem. Não estou falando no Poder, ainda. Gente que não quer largar o osso. O tutano já desceu goela abaixo.
Poder não é liberdade, meu senhor, são coisas diferentes. Poder não é obrigação nenhuma, liberdade sim. Chegar ao poder para realmente mostrar serviço, trabalhar, organizar, promover, é uma oportunidade de poucos. Não é utopia. Mas tirem o nome de Deus da jogada.
Acho até que o poder não dá enjoos, nem tédio, mas estressa, porém, quando o “poderoso”, está na cadeira errada, ele é visto a olho nu, como um inútil. Já a liberdade, pode custar caro, mas é preciso ter coragem. Coragem, me lembra Guimarães Rosa (foto). Tem coisas que a gente pode, se quiser. Tem as que não pode, nem se quiser.
Enfim, eu achei muito bom a escritora Ângela Bezerra ter sido eleita para a presidência da Academia Paraibana de Letras. Ela é erudita, assumidamente profissional. Ângela vai trabalhar pela parte essencial da Academia, a cultura, deixada para trás. Ângela tem esse Poder de espalhar conhecimentos. Além de ser mulher, ela é dura na queda.
Eu sempre penso na mulher, na frente. Quando eu era menino via os maridos andar na frente e as mulheres atrás. Isso mudou faz tempo. Mulher é mais resistente, é mais Diadorim.
Vamos voltar ao Poder? Eu acordo cedo, não tão cedo quanto antes. Acordava às 4 e meia. Uns dizem:vai caminhar nessa hora? Não, meu caminhar eu decido. E caminho. Tem gente que acorda cedo todos os dias, mas não dá um prego numa barra de sabão, sequer, muda uma planta de lugar. Mas isso é não uma questão de poder, é de não querer. Faz pena.
Eu bebi em fevereiro, acordei em março, em abril veio o silêncio. Amanhã será outubro. Ainda nesse Tom de primavera, a ensaísta Ângela vai mostrar ao que veio na APL. Aguardem. Existe nela a sensação de despertar, nunca de dormir no ponto.
Eu tomo conta da minha vida. Ângela da dela e cada um devia fazer assim. Não é de um jeito só. Outros vivem sem rumo. Muitos têm transtornos, temperanças, são soberbos. Coitados.
Voltemos ao silencio. Ainda tem gente que acha que o dinheiro ajuda a tentar ser feliz. E tem gente que fica emburrado, quando perde. (Em)burrado é uma palavra genial. Ai da gente se não fosse o idioma…
Mas, se os (con)fins produzem os meios e as explicações antecedem os fatos, quando soube que Ângela Bezerra era candidata à presidência da Academia, comemorei naquele instante.
Silêncio. Quando um barulho da cidade se insere num objetivo, quantas vezes aparece uma história para anteceder tal barulho? Como pode o barulho ser o fim da história que ele provocou? Ora, ora. É de desconfiar que, acordado, a gente também produza esses enganos. Quem?
Meu estado inercial, confortável, é o silêncio. Nunca pensei que a pandemia fosse me fazer ouvir mais que falar, por isso eu escrevo todo dia. E quem escreve, lê, estuda, não se agarra a cargos, nem pitacos, nem bobagens, sequer, mentiras.
Ei, acorda! Os galos já cantaram e a gente está longe dos quintais.
Kapetadas
1 – Tua verdade te faz único. Não existe “calçada da fama” para covers. Odeio covers.
2 – Que depois não reclame quando as pessoas não quiserem escutar as lamentações.
3 – Som na caixa: “Mulher, mulher, na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez, sou forte mas não chego aos seus pés”, Erasmo Carlos
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OPINIÃO - 22/11/2024