João Pessoa, 22 de outubro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Terminada a farra carnavalesca – quando ainda não conhecíamos o novo corona vírus – que a cada ano vai modificando a sua trilha sonora, com a introdução de “hits” que nada lembram a musicalidade do tríduo momesco de outrora; vamos deixando de perguntar “que tiro foi esse?” ficávamos preparando os ouvidos e aguardando a grande festa nordestina que este ano não vai ser igual ao ano que passou. Ou melhor, em Caruaru, Gravatá, Campina Grande e outros lugares, ela não acontecerá.
Muita discussão e muita tinta já foram gastas e a expertise assegurando que as festas de São João e São Pedro têm que ser embaladas com forró, e não outro gênero musical, a exemplo do que se convencionou chamar de sertanejo. Temos clássicos inesquecíveis em ritmo de xote, baião ou xaxado que andam esquecidos ou até desconhecidos do público mais jovem.
O pernambucano Luiz Gonzaga foi coroado o Rei do Baião. Sua trajetória e seus sucessos todos conhecem. Agora, o que pouca gente sabe é que um outro pernambucano nascido em Arcoverde no ano de 1935, foi cantor, compositor e produtor musical, autor de mais de duas mil músicas, muitas delas imortalizadas nas vozes de Gonzagão, Elba Ramalho e Trio Nordestino.
Atendia pelo nome de João Leocádio da Silva quando migrou para o Rio de Janeiro buscando mostrar sua arte. Na metrópole passou a se chamar simplesmente João Silva e com esse patronímico assinou canções como “Pra não morrer de tristeza”; “Chililiqui”; “Pagode russo”; “Danado de bom” ; “Nem se despediu de mim”, e tantas outras. Foi parceiro e também produtor dos discos de Seu Luiz e costumava dizer que “enquanto existir sertão, vai existir forró”. Morreu em 2013 aos 78 anos, sem assistir ao longa-metragem sobre sua vida, o documentário “João Silva – Danado de bom (Mariola Filmes), da diretora Debby Brennand.
Nas futuras festas de junho não vamos nos despedir da arte de João, esse Silva genial, porque ele era mesmo danado de bom!
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