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Inelegível: TSE condena Ricardo Coutinho por abuso de poder político

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publicado em 10/11/2020 às 20h59
atualizado em 11/11/2020 às 04h07
Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou, na noite desta terça-feira (10) a pena de inelegibilidade, com efeito imediato, ao ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, candidato a prefeito de João Pessoa nas eleições deste ano pelo PSB. Por seis votos contra um, a Corte acatou denúncias de abuso de pode político e econômico cometido nas eleições de 2014, quando Coutinho foi candidato à reeleição.

Votaram para que Ricardo ficasse inelegível: Og Fernandes, Luís Salomão, Tarcísio Vieira, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. O ministro Sérgio Banhos divergiu.

Em relação à vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), então candidata a vice na chapa de Ricardo em 2014, o TSE aplicou multa, mas não lhe imputou a inelegibilidade.

Apesar da decisão, o ex-governador segue como candidato a prefeito de João Pessoa, no entendimento da sua defesa manifesto em nota pública. Mas, em caso de vitória, corre risco de não tomar posse em virtude da inelegibilidade decretada pelo TSE.

O julgamento levou em consideração três Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) relacionadas ao pleito de 2014, quando Ricardo foi reeleito para o cargo de governador da Paraíba, em segundo turno. Os processos tratam sobre os casos de codificados na gestão estadual, benefícios previdenciários, entrega de kits escolares, eventos institucionais da Secretaria de Cultura e o programa Empreender Paraíba.

Sessão de julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

“A concessão desses recursos [Empreender Paraíba] evidencia o uso da máquina pública em benefício do projeto do governador [Ricardo Coutinho] se reeleger”, disse o ministro Luís Salomão durante o voto.

O ministro Sérgio Banhos divergiu no que tange ao caso do Empreender.

“Entendo que não está demostrado o abuso de poder político. Não há provas que as falhas na execução do programa estavam relacionadas com as eleições de Ricardo Coutinho. Na minha compreensão, não há como concluir que o aumento de benefícios tinha o propósito de ajudar na candidatura do então candidato a governador. O aumento no número de beneficiários pode ter ocorrido por outras instâncias”, afirmou Salomão.

“No que diz respeito ao Empreender Paraíba, estou acompanhando aos eminentes ministros pelo aumento de pessoas beneficiárias. Os dados que verifiquei são de 70% de aumento, além de aumento de valores. Entendo que evidencia a participação de Ricardo Coutinho na entrega para ressaltar os benefícios concedidos”, pontuou o ministro Edson Fachin.

“No caso em questão [Empreender], não é só a quantidade, me parece que houve uma clara instrumentalização do programa para fins eleitorais”, votou o ministro Alexandre de Moreas.

Wallison Bezerra – MaisPB